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    Em campanha de reeleição, Macron diz querer conduzir França em mundo de “crises”

    Presidente francês afirma querer construir "metaverso europeu" com investimentos tecnológicos e destacou possível crise de alimentos com guerra na Ucrânia

    Reuters

    O presidente francês Emmanuel Macron prometeu, nesta quinta-feira (17), conduzir o país através do que ele chamou de uma “nova era de crise” se ganhar um segundo mandato nas eleições do próximo mês, dizendo que o mundo está em um “ponto de virada” onde a França pode fazer a diferença.

    Pesquisas de opinião mostram que a longa liderança de Macron sobre os candidatos rivais cresceu nas últimas semanas, com os eleitores aprovando seus esforços diplomáticos antes e durante a guerra da Ucrânia. Ele é visto ganhando o primeiro turno das eleições em 10 de abril e vencendo qualquer adversário em um segundo turno em 24 de abril.

    “Estamos em um ponto crítico onde podemos fazer uma verdadeira diferença”, disse Macron numa conferência de imprensa, destacando a guerra às portas da União Europeia e o desafio global das mudanças climáticas.

    Ele disse que seus planos para um segundo mandato estão “ancorados no momento que é o nosso, o do retorno da tragédia na história”.

    Fazer da França um país mais autossuficiente será um objetivo chave, disse ele, quando começou a delinear sua plataforma, com propostas que vão desde “investir maciçamente” na independência agrícola e industrial da França até avançar com a construção de mais reatores nucleares e fortalecer o exército.

    Macron disse que queria construir um “metaverso europeu” para competir com os gigantes tecnológicos dos Estados Unidos e tornar a Europa mais independente também nessa frente.

    Haverá também subsídios para melhorias nas casas e outras medidas para combater as mudanças climáticas, por exemplo, garantindo o acesso a veículos elétricos acessíveis inclusive através de programas de leasing.

    Até agora, pouco havia surgido sobre a plataforma de campanha da Macron, além dos planos de aumentar a idade de aposentadoria para 65 anos e de eliminar uma taxa de licença de TV.

    Com o crescimento econômico em alta e o desemprego caindo, Macron pode apontar dados para mostrar que ele reiniciou a segunda maior economia da zona do euro desde que tomou posse, em 2017.

    “Eu havia prometido diminuir o desemprego, apesar das crises”, disse ele, acrescentando que se fosse reeleito, ele continuaria a reformar o mercado de trabalho com o objetivo de acabar com o desemprego.

    Macron disse que também abrirá mais vagas em universidades.

    Pesquisas

    Pesquisas de opinião nas últimas semanas mostram que Macron ganhou até 30,5% dos votos no primeiro turno, acima dos cerca de 25% do mês passado.

    Mas mesmo que ele continue a ganhar a reeleição, Macron precisará de seu partido central La Republique en Marche (LaRem) — que falhou em todas as eleições locais recentes — e de seus aliados para ganhar uma eleição parlamentar em junho, se ele quiser ter uma base forte para implementar suas políticas.

    Foi uma campanha presidencial incomum, primeiramente dominada pela ascensão de um novo candidato de extrema-direita, Eric Zemmour, e agora em grande parte ofuscada pela guerra na Ucrânia.

    Guerra na Ucrânia

    Para Macron, a invasão russa da Ucrânia havia dado um “choque elétrico” na aliança da Otan e lhe forneceu uma nova clareza estratégica.

    O francês foi questionado se ele lamentava ter descrito a Otan como “morte cerebral” há cerca de dois anos. Em resposta, ele disse que a situação no final de 2019, quando ele fez suas observações, era diferente da atual, e que a aliança era indispensável para lidar com a invasão da Rússia na Ucrânia.

    Entre os desafios da guerra para além da situação dos ucranianos, Macron destacou que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, dois dos maiores produtores agrícolas do mundo, provavelmente levará a uma crise alimentar nos próximos 12 a 18 meses na África e no Oriente Médio.

    Imagens mostram destruição na Ucrânia após 21 dias de guerra

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