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    Ibovespa fecha em alta de 1,98% com aumento de juros nos EUA; dólar cai a US$ 5,09

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 111.112,43 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 1,29%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta de 1,98%, aos 111.112,43 pontos, nesta quarta-feira (16), e o dólar encerrou o dia com queda de 1,29%, cotado a R$ 5,091 – maior recuo percentual em duas semanas.

    Nesta tarde, após a alta dos juros americanos anunciada pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), o principal índice da bolsa brasileira chegou a desacelerar os ganhos e a moeda norte-americana segurou a queda. Logo depois, porém, o dólar voltou a cair mais de 1%, e a bolsa a subir na mesma magnitude.

    Qualquer alta de juros nos EUA torna os títulos do Tesouro americano mais atrativos. Logo após o anúncio do Fed, o rendimento do Tesouro americano de 10 anos atingiu seu nível mais alto em três anos, com alta de 8 pontos base, para 2,24%.

    Isso significa que os títulos ficaram mais atrativos aos investidores, gerando fluxos de investimentos e consequente saída de dólares de outros mercados, sobretudo os considerados mais arriscados, como é o caso do Brasil.

    Entretanto, uma alta de juros pelo BC brasileiro pode limitar essas perdas devido à grande diferença entre os juros dos dois países, e até manter um ciclo de entrada de capital favorável ao real.

    Os ativos brasileiros foram beneficiados por uma aversão menor a riscos no mercado em meio a um aparente avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia para encerrar a guerra entre os países.

    Na terça-feira (15), o dólar teve alta de 0,75%, pelo quarto pregão seguido, cotado a R$ 5,158. Já o Ibovespa caiu 0,88%, aos 108.959,30 pontos.

    Petróleo

    Nesta quarta-feira, o contrato tipo Brent, referência mundial, fechou em queda de 1,89%, a US$ 98,02 por barril. O WTI recuou 1,45%, a US$ 95,04. A desvalorização reflete relatório sobre aumento nos estoques da commodity nos Estados Unidos e na esteira de um maior otimismo sobre as negociações sobre a guerra.

    Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos, com os preços da commodity chegando a bater níveis vistos pela última vez em 2008.

    O movimento dos últimos dias, porém, é de recuo, com o tipo Brent voltando a operar abaixo dos US$ 100. A queda é reflexo do comprometimento russo e de outros países exportadores de cumprir obrigações contratuais. Alguns investidores dizem que as preocupações com a interrupção do fornecimento foram exageradas.

    Uma sinalização favorável da Rússia a um acordo nuclear envolvendo o Irã também ajudou a levar a reduzir os preços. Ao mesmo tempo, o recuo gere certo alívio nas pressões inflacionárias e de custos.

    Mesmo assim, se comparado com anos anteriores, o petróleo ainda segue em valores elevados, devido ao descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. O quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    Outra consequência da alta do petróleo é a elevação do preço dos combustíveis. No Brasil, isso acelerou a aprovação de projetos de lei que buscam conter a alta nos preços dos combustíveis também seguem no radar do mercado.

    Guerra na Ucrânia

    Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN sobre o conflito.

    Enquanto a Rússia continua a atacar as principais cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev e a cidade de Mariupol, os dois países tentam negociar um possível fim pacífico para o conflito. Líderes dos dois países têm citado um avanço nas negociações, com a ideia de “neutralidade” ucraniana em relação à Otan surgindo como ponto-chave nas discussões.

    Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

    Os norte-americanos aplicaram novas medidas na terça-feira ao presidente belarusso Alexander Lukashenko, que se aliou à Rússia em sua guerra na Ucrânia. Vários outros russos, incluindo um juiz, também foram alvo de sanções por abusos de direitos humanos, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA.

    Nesta terça-feira, os países da União Europeia anunciaram novas sanções contra a Rússia, que viu sua moeda, o rublo, despencar e atingir uma mínima histórica. Dessa vez, os alvos foram setores de energia, aço e defesa.

    Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou em entrevista coletiva a aprovação do projeto de financiamento que destina 13,6 bilhões de dólares à Ucrânia e aliados na guerra.

    expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia também foram outras sanções tomadas nas últimas semanas.

    O VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, caía e rondava os 28 pontos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • CVC (CVCB3) +17,15%;
    • Locaweb (LWSA3) +10,33%;
    • Banco Inter (BIDI11) +9,94%;
    • Ecorodovias (ECOR3) +8,88%;
    • Grupo Natura (NTCO3) +7,29%

    Maiores baixas

    • Yduqs (YDUQ3) -10,48%;
    • Cielo (CIEL3) -3,11%;
    • 3R Petroleum (RRRP3) -2,55%;
    • PetroRio (PRIO3) -2,32%;
    • Cogna (COGN3) -1,42%

    *Com informações da Reuters

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