62% acham que Brasil deve ficar neutro na Guerra da Ucrânia, diz pesquisa
Quase todos os entrevistados tomaram conhecimento sobre a guerra; postura de Bolsonaro também foi avaliada
Cerca de 62% dos brasileiros acreditam que o Brasil deve permanecer neutro em relação à Guerra na Ucrânia — ou seja, sem apoiar russos ou ucranianos –, apontaram dados coletados pela última pesquisa Ipespe, divulgada nesta sexta-feira (11).
Quase todos os entrevistados — 97% — tomaram conhecimento sobre a crise que se desenrola na Europa, com 56% deles afirmando que a Ucrânia “tem mais razão” no conflito. No entanto, um percentual menor de pessoas — 29% — acha que o Brasil deveria abandonar a neutralidade e apoiar explicitamente os ucranianos.
Outros 2% prefeririam um apoio à Rússia, e 7% não souberam responder ao questionamento.
A pesquisa ouviu 1000 brasileiros de todas as regiões do país entre os dias 7 e 9 de março, e possui uma margem de erro de 3,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95,5%.
Além de avaliarem a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação ao conflito [veja abaixo], os entrevistados também foram questionados sobre as eleições presidenciais de 2022.
A guerra na Ucrânia, que se desenrola como a maior tensão no continente europeu desde o fim da Guerra Fria, já fez com que cerca de 2,5 milhões de refugiados deixassem o país. A quantidade de civis mortos, segundo a ONU, já chega na cifra de 564 pessoas, mas a agência afirma que o “número real pode ser maior”.
A Rússia, por outro lado, afirma que a “operação militar especial” tem “cumprido seus objetivos” para assegurar a segurança na região. No entanto, o país tem sido alvo de severas sanções econômicas e pressão do Ocidente para deixar de bombardear cidades ucranianas. Acompanhe a cobertura completa ao vivo na CNN Brasil.
Conflito entre países e postura de Bolsonaro
Questionados sobre os perigos da guerra local escalar para um conflito em escala mundial, 33% dos entrevistados acreditam que há uma “chance alta” disso ocorrer, enquanto 32% classificam como “chance média”.
Outros 17% afirmam existir uma “chance pequena”, e 12% não acham que há nenhuma possibilidade para tal. 7% dos entrevistados não responderam ao questionamento.
A Ipespe também fez perguntas acerca da postura de Bolsonaro em relação ao conflito.
Dias antes do primeiro ataque, Bolsonaro esteve na Rússia para encontros com o presidente russo, Vladimir Putin, e outras lideranças locais. Porém, não foi especificado nenhum episódio para a avaliação.
A postura de Jair Bolsonaro foi avaliada como “totalmente errada” por 33% e “parcialmente errada” por 15% dos entrevistados. Apoiaram a postura outros 25%, que a julgaram “totalmente correta”, enquanto 17% a julgaram como “parcialmente correta” à pesquisa.
Fotos – Imagens de satélite revelam destruição no subúrbio de Kiev, na Ucrânia
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