Rússia promete corredores humanitários diários para territórios sob seu controle
Países em guerra trocam acusações sobre responsabilidade de fracassos na evacuação de civis; ministro do Interior da Ucrânia disse que 400 mil ucranianos deixaram áreas de batalha
A Rússia abrirá unilateralmente rotas de evacuação para civis na Ucrânia que levam ao território russo diariamente às 10h do horário local, anunciou o coronel-general Mikhail Mizintsev, do Ministério da Defesa russo, nesta quinta-feira (10).
“Garantimos total segurança nos territórios controlados pelas Forças Armadas russas”, disse Mizintsev.
A agência de notícias russa Ria informou que o país exigirá listas de pessoas e veículos com antecedência antes de permitir a entrada nos corredores. Ainda segundo a agência, serão abertos corredores em 11 de março nas cidades de Kiev, Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Mariupol.
Não está claro se há um prazo final para essas rotas.
O coronel negou relatos de que a Rússia não cumpriu o prometido cessar-fogo, chamando as alegações de “mentira vil”. Ambos os países trocam acusações pelo fracasso nas tentativas de se estabelecer corredores humanitários.
Pelo lado ucraniano, segundo o ministro do Interior, Denys Monastyrsky, mais de 400 mil civis foram evacuados até agora na Ucrânia, a maioria de zonas de batalha ativas.
“Eles foram evacuados principalmente de áreas onde há combate em andamento”, disse Monastyrsky na televisão nacional nesta quinta-feira.
Autoridades regionais no leste da Ucrânia dizem que 20 mil pessoas foram evacuadas da região de Sumy, no nordeste do país, nesta quinta-feira.
A CNN não pode verificar independentemente o número de evacuados, mas nos últimos dias as autoridades ucranianas disseram que dezenas de milhares de civis foram evacuados por corredores humanitários de Sumy, incluindo centenas de estudantes estrangeiros.
O chefe da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Filippo Grande, afirmou que o órgão estima que o número de refugiados na Ucrânia desde o começo da guerra, em 24 de fevereiro, já ultrapasse 2 milhões.
Outra porta-voz da agência, Shabia Mantoo reforçou o fato da guerra na Ucrânia ser “a crise de refugiados que mais cresce em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial”.
A Polônia é o principal destino destas pessoas, incluindo brasileiros. Segundo o presidente polonês, Andrzej Duda, o país já recebeu mais de 1,5 milhão de pessoas.
*Com informações da CNN Internacional e da Reuters