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    Otan não deve começar conflito armado direto com a Rússia, diz especialista

    De acordo com Ricardo Macau, especialista em Direito Público, Otan e UE optaram por atacar o interior da Rússia com sanções, ao invés de entrar em conflito bélico direto

    Luana Franzãoda CNN* , Em São Paulo

    Em entrevista à CNN, o especialista em Direito Público Ricardo Macau opinou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), não deve entrar em conflito armado direto com a Rússia. De acordo com o especialista, o país é uma potência militar forte e seria embate bélico com os países da Otan seria um risco para a humanidade.

    “A Otan e os EUA têm atacado diretamente o interior do regime russo, tentando mostrar para a população russa que esse ataque, essa guerra, não reflete as informações que foram anunciadas pela Cúpula do governo de Moscou, e que outras consequências serão sentidas ao longo dos tempos próximos na economia russa”, disse.

    As sanções aplicadas pelos órgãos ocidentais como forma de retaliação à invasão da Ucrânia podem prejudicar a permanência de Vladimir Putin, presidente da Rússia, no poder. “Putin conseguiu ficar no poder por tanto tempo porque conseguiu fazer um verdadeiro milagre econômico na Rússia, e se houver uma crise econômica que se amplie no contexto do país, a Rússia como um todo vai sentir esses efeitos, e a governabilidade interna do país vai ficar bastante compromentida. Isso vai frustrar os planos de permanência do Putin e de quem hoje apoia a guerra”.

    Ele afirmou que o cenário para as negociações entre Rússia e Ucrânia durante esta semana, a segunda do conflito, é mais animador que a anterior. Enquanto há alguns dias acreditava-se numa possível derrubada do governo ucraniano e uma anexação de uma porção grande do território à Rússia, no momento, Moscou parece mais distante desse tipo de decisão.

    Uma porta-voz do governo russo afirmou nesta quarta-feira (9) que o país não deseja derrubar o governo da Ucrânia, e que as negociações avançaram. Foram abertos corredores humanitários para facilitar a saída de civis do país, em uma crise que gerou milhares de refugiados.

    Segundo Macau, caso a Ucrânia decida manter uma posição neutra em relação a entidades como a Otan e a União Europeia, as negociações para uma desescalada do conflito podem entrar em seus primeiros passos.

    No entanto, o especialista afirma que qualquer previsão para o futuro é arriscada.

    Ricardo Macau destacou que o conflito traz uma mistura de elementos nunca vista anteriormente. Em certos aspectos, se assemelha às guerras mais antigas, com forte envolvimento da população civil, e em outros, às guerras pós-Primeira e Segunda Guerras Mundiais, com armamento pesado e de alta precisão. “Vemos uma guerra que pela primeira vez ocorre também fora dos campos de batalha. Ocorre nas redes sociais, nos meios de comunicação, em que os eforços feitos por Moscou não estão sendo suficientes para controlar os efeitos que tem causado no território russo”, disse.

    *Sob supervisão de Carolina Farias

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