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    Distribuição de itens de higiene pode impactar saúde da mulher a longo prazo

    Fernado Gomes, neurocirurgião, avalia que decreto que prevê distribuição de absorventes trará benefícios à saúde da mulher

    Ingrid Oliveirada CNN

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou um decreto para criação que prevê a distribuição gratuita de itens de higiene ligados a menstruação, na terça-feira (8). No quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes disse que essas ações educativas poderão impactar a saúde das mulheres brasileiras positivamente.

    “Esses são pontos, na verdade, estratégicos e importantes que eu acredito que lá na frente a gente vai utilizar para impactar, de uma forma positiva, a saúde das mulheres”, afirma Gomes.

    De acordo com o Ministério da Saúde, serão investidos cerca de R$ 130 milhões nesta ação. Para Gomes, o decreto atingirá diretamente um período de vida extremamente importante para a mulher.

    “Essas orientações não estão simplesmente relacionadas ao processo de higiene da menstruação, mas também à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, a própria questão do controle de natalidade e orientação sobre o que pode acontecer para gerar uma vida ou não. As ações estão relacionadas à vacinação contra o HPV”, avalia o especialista.

    O projeto beneficiará mulheres em situação de rua, mulheres que estejam em medidas socioeducativas dos 12 aos 21 anos de idade e também matriculadas no plano de saúde na escola, dos nove aos 24 anos, e havia sido vetado no ano passado pelo presidente.

    O neurocirurgião avalia que a higiene é um passo fundamental da medicina preventiva e isso poderia causar menos impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).

    “Uma mulher em situação de rua, usando qualquer item que não é recomendável, coloca em risco o aparelho reprodutor e abrindo possibilidade de infecções que deixariam de existir. Se essa pessoa tem uma complicação mais grave, é o SUS que vai atender. A prevenção é muito melhor”, disse.

     

    Impactos da Covid-19 no cérebro

    Um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, avaliou os danos da Covid-19 no cérebro e indicou que algumas pessoas infectadas pela doença perderam mais tecidos cerebrais do que aqueles que não tiveram Covid.

    Fernando Gomes explica que a área atingida é o córtex cerebral, região relacionada ao olfato.

    “A córtex cerebral, camada do nosso órgão mestre, é constituída por células que dão para gente capacidades e habilidades cognitivas, como a linguagem, capacidade do pensamento, da imaginação, da estruturação do movimento e assim sucessivamente. O que esse estudo mostrou é que, de fato, pelos exames de imagem, existe uma perda de massa cinzenta. Ou seja, redução do seu tamanho mostrando o impacto da infecção pelo coronavírus mesmo em casos leves no tecido cerebral”, disse o médico.

    Além disso, o estudo mostrou que houve anormalidades cerebrais e alterações relacionadas ao olfato — o que caracteriza a perda de olfato, ligada aos casos de Covid, como explica Gomes.

    Assista ao vídeo completo.

     

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