Barriga de aluguel é “desumana”, diz Giorgia Meloni
Primeira-ministra da Itália defende proibição universal da prática
A “barriga de aluguel” é “desumana” e trata as crianças como “produtos de supermercado”, disse a primeira-ministra da Itália nesta sexta-feira (12), pedindo ao Parlamento que aprove um projeto de lei para processar aqueles que vão para o exterior em busca da prática.
A maternidade por meio de barriga de aluguel já é ilegal na Itália, punível com prisão e multas, mas a coalizão de direita de Giorgia Meloni prometeu impor uma mais uma proibição como parte de sua agenda conservadora.
“Ninguém pode me convencer de que é um ato de liberdade alugar o próprio útero, ninguém pode me convencer de que é um ato de amor considerar as crianças como um produto de venda livre em um supermercado”, disse Meloni em um evento em Roma.
“Eu ainda considero a prática do aluguel de útero desumana e apoio a proposta de lei que a torna um crime universal.”
O Parlamento italiano discute um projeto de lei elaborado pelo partido Irmãos da Itália, de Meloni, para proibir os italianos de terem um bebê em países onde a barriga de aluguel é legal, caso dos Estados Unidos e do Canadá.
Posição do partido ecoa a do Vaticano
Aprovada pela Câmara dos Deputados da Itália e agora em tramitação no Senado, a proposta foi criticada por grupos de direitos e por alguns políticos da oposição, que a consideram direcionada às pessoas LGBTQ.
“A questão não pode ser tratada com proibição universal, mas com regulamentação que equilibre os direitos em jogo”, disse a ex-ministra das Relações Exteriores Emma Bonino ao jornal Corriere della Sera nesta semana.