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    Bélgica investiga interferência russa na eleição da União Europeia

    Parlamento do bloco será renovado em junho; belgas afirmam que Moscou quer promover candidatos pró-Kremlin para favorecer ganhos na guerra da Ucrânia

    Inti Landauroda Reuters , em Bruxelas

    Procuradores belgas estão investigando possíveis interferências russas nas próximas eleições para o Parlamento Europeu após conclusões fornecidas pelos serviços de inteligência, disse o primeiro-ministro Alexander De Croo nesta sexta-feira (12).

    Ele disse que os investigadores descobriram que os grupos russos estão se intrometendo nas eleições europeias para promover candidatos pró-Rússia e, assim, enfraquecer o apoio europeu para a Ucrânia contra a invasão russa, que já dura mais de dois anos.

    “O objetivo é ajudar a eleger candidatos mais pró-russos para o Parlamento Europeu e reforçar uma certa narrativa pró-russa nessa instituição”, disse De Croo a repórteres.

    “O enfraquecido apoio europeu à Ucrânia serve a Rússia no campo de batalha”, disse ele.

    De Croo disse que a investigação belga foi lançada depois que as autoridades tchecas encontraram agentes pró-russos ativos em Bruxelas buscando influenciar e até mesmo pagar os legisladores europeus para promover uma agenda pró-russa.

    Os pagamentos em dinheiro não teriam sido feitos na Bélgica, embora a interferência tenha ocorrido lá, disse ele.

    As nações ocidentais acusaram repetidamente os agentes russos de usar as mídias sociais e a internet para espalhar informações falsas ou enganosas para prejudicá-los, promover a Rússia ou tentar influenciar as campanhas eleitorais da opinião pública.

    As autoridades russas negaram repetidamente as acusações.

    Antes das eleições europeias de junho, partidos que criticaram o apoio da UE à Ucrânia, como o francês Rassemblement National, o austríaco Freedom Party e o alemão AfD, devem ganhar mais votos do que há cinco anos.

    De Croo disse que pediu uma reunião urgente da Agência da União Europeia para a Cooperação Criminal e Justiça (Eurojust) para discutir este assunto, e sugeriu que o OLAF, o escritório antifraude da UE, deveria processar o caso.

    “Temos uma responsabilidade e nossa responsabilidade é defender que o direito de todos os cidadãos a um voto livre e seguro possa ser mantido”, disse ele.

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