Justiça solta filho de envolvido no caso Marielle em caso de “gatonet”
Maxwell Simões Corrêa Júnior foi preso em agosto do ano passado
A Justiça do Rio de Janeiro mandou soltar Maxwell Simões Corrêa Junior da prisão. Ele é filho do Maxwell Corrêa, conhecido como “Suel” e que está preso suspeito de participação nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O filho de Suel foi preso em agosto do ano passado em uma investigação em que ambos são investigados por suposta participação no chamado “gatonet” na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, os dois participam de um esquema de venda de internet e tv por assinatura em uma comunidade no Rio em que Maxwell seria sócio de Ronnie Lessa, ex-policial militar apontado como assassino da vereadora e do motorista.
A decisão é da noite desta quinta-feira (11), do juiz Bruno Vaccari Manfrenatti da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa.
No documento, o magistrado relaxa a prisão, além de Maxwell pai e Maxwell filho, também de Ronnie Lessa. E determina medidas cautelares contra a esposa de Suel.
Lessa e Suel, porém, devem continuar presos pelo caso Marielle-Anderson. Eles estão nos presídios federais de Campo Grande (MS) e Brasília (DF), respectivamente.
“Gatonet”
Em 4 de agosto do ano passado, a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio deflagraram uma operação que mirava o serviço clandestino de TV por assinatura, ou “gatonet”, controlado por Suel. Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos na data. A CNN confirmou que a mulher de Suel também foi alvo de busca e apreensão, no Recreio, bairro na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No final de julho, a PF afirmou que Suel era o responsável por controlar a exploração do serviço clandestino na região de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. A informação foi dada por Leandro Almada da Costa, superintendente regional da Polícia Federal, na entrevista coletiva da Operação Élpis, na qual Suel foi preso, no dia 25 de julho.
“[Suel] já foi denunciado pelo Ministério Público por explorar gatonet. Esse ambiente criminoso permeia até a origem do próprio [Ronnie] Lessa. Existe a questão da história do crime, outros matadores, outros executores que atuam nesse contexto no Rio de Janeiro”, disse Almada.
Ainda de acordo com as investigações, Suel teria um patrimônio incompatível com suas receitas. Entre as possíveis evidências encontradas, chamou a atenção dos investigadores o alto padrão da moradia do ex-bombeiro.
Conforme mostrou a CNN, os investigadores apuram a movimentação de R$ 5,3 milhões nas contas de Suel e empresas ligadas a ele em três meses.
Sobre a decisão da Justiça, a defesa de Maxwell Junior e Suel preferiu não se manifestar.