Sensação de medo aumentou em quem tenta deixar Kiev, diz correspondente da CNN
"Pessoas estão com mais medo porque os russos estão se aproximando", afirmou Clarissa Ward ao acompanhar pessoas embarcando em um trem que deixava capital da Ucrânia
Os cidadãos de Kiev, capital ucraniana, estão cada vez mais desesperados para deixar a cidade rumo ao leste, afirmou a correspondente da CNN Internacional Clarissa Ward, que acompanhou o embarque de pessoas nos trens que deixam o local nesta segunda-feira (7).
“É uma cena que a gente já viu acontecer no país. Estávamos na estação há uma semana e há uma intensificação de urgência, porque estão vendo que as partes norte e oeste da cidade estão cada vez mais afetadas”, afirmou Ward.
“As pessoas estão com mais medo porque os russos estão se aproximando mais, chegando também pelo sul, o que significa que a cidade está cercada. Elas estão desesperadas para sair o quanto antes. É terrível ver o medo no olho das pessoas”, complementou.
O trem que Ward acompanhou partia em direção à cidade ucraniana de Lviv, mais ao leste da Ucrânia e próxima à fronteira com a Polônia, por onde os refugiados têm sido evacuados com mais frequência.
No início do domingo (6), bombardeios pesados foram relatados a oeste e noroeste de Kiev. O impacto das explosões foi ouvido pelas equipes da CNN em Kiev e nas áreas rurais a sudoeste.
Segundo a agência da ONU para refugiados, mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia desde o início da guerra. Para termos comparativos, a guerra na Síria, iniciada em 2011, levou dois anos para atingir a mesma marca.
A União Europeia avalia que o total de deslocamentos forçados até o final do conflito pode chegar a até 8 milhões. O problema ainda é agravado por relatos de discriminação contra grupos que têm sido impedidos de cruzar a fronteira devido à cor da pele ou à sua origem.