“Paridade está errada, petróleo está em US$ 120”, diz Bolsonaro sobre Petrobras
Em live transmitida no Facebook na manhã desta segunda, Bolsonaro disse que vai encontrar o ministro da Economia durante a tarde para discutir o assunto
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda-feira (7) a política de preços da Petrobras, que acompanha os valores internacionais para definir reajustes nos combustíveis que vende às refinarias.
Segundo Bolsonaro, esse assunto será tratado na tarde de hoje em reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“O barril está em 120 dólares, a paridade do preço internacional é errada. Isso está sendo tratado mais uma vez hoje em reunião. Para achar uma solução e não ficar empurrando com a barriga. Se for repassar isso tudo, tem que dar aumento de 50%. Vamos falar em reunião hoje à tarde com o ministro da Economia e procurar uma solução”, disse em live transmitida no Facebook.
Os preços do petróleo vêm subindo à medida que as tensões na Ucrânia aumentam. Neste domingo, o barril bateu o nível mais alto desde 2008, refletindo incertezas no setor. No radar do mercado, estão os atrasos no potencial retorno do petróleo iraniano aos mercados globais e a considerações dos Estados Unidos e aliados europeus de proibir importações de petróleo russo.
Nos primeiros minutos de negociação da véspera, o petróleo tipo brent chegou a US$ 139,13 por barril e o WTI, em US$ 130,50.
Troca na Petrobras
Em meio à pressão política sobre a Petrobras por causa do aumento dos preços dos combustíveis, o presidente do conselho de administração da estatal, almirante Eduardo Bacelar Leal Ferreira, deixou o cargo alegando motivos particulares.
Com a saída, o Ministério de Minas e Energia confirmou no domingo a indicação do engenheiro Rodolfo Landim para ocupar o cargo.
O problema, que já vinha desde o ano passado, se agravou com a guerra na Ucrânia. A Petrobras está há mais de 50 dias sem promover reajustes e a defasagem entre os preços local e internacional na gasolina e no diesel chega a cerca de 30%.
Subsídios emergenciais
Para minimizar a disparada dos preços dos combustíveis, o governo federal negocia com o Congresso a criação de subsídios emergenciais para gás de cozinha, diesel e passagem de ônibus, confirmaram às analistas da CNN Raquel Landim e Thais Arbex três fontes diretamente envolvidas.
A avaliação, conforme as analistas disseram na semana passada, é que não há condições políticas para a Petrobras promover o repasse de preços que seria necessário para reestabelecer a paridade com o mercado internacional. O receio do governo é de uma convulsão social a exemplo do que já aconteceu em 2013.
*Publicado por Ligia Tuon