Número de refugiados ucranianos pode chegar a 1,5 milhão neste fim de semana, diz ONU
"Esta é a crise de refugiados mais rápida que vimos na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o chefe da agência de refugiados das Nações Unidas
A situação na Ucrânia continua terrível e o número de refugiados que fogem da invasão russa pode aumentar para 1,5 milhão até o final do fim de semana, disse o chefe da agência de refugiados da ONU neste sábado (5).
O número atual de pessoas que tiveram que fugir da Ucrânia por causa da guerra é de 1,3 milhão.
“Esta é a crise de refugiados mais rápida que vimos na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, disse o chefe da ACNUR da ONU, Filippo Grandi, à Reuters em entrevista por telefone.
Grandi também disse que a maioria dos refugiados no momento está se relacionando com amigos, familiares e outras conexões que já vivem na Europa, mas alertou que as ondas futuras serão mais complexas.
Mais de 700 mil fugiram para a Polônia
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se reuniu, neste sábado (5), com o ministro de Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, na cidade polonesa de Rzeszów.
A Polônia já recebeu mais de 700 mil refugiados que deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Em um pronunciamento à imprensa após o encontro, Blinken disse que o país pediu US$ 2,75 bilhões ao Congresso para ações humanitárias direcionadas a refugiados ucranianos.
“A Polônia está fazendo um trabalho fundamental nesta crise. […] Para ajudar a atender às necessidades dos ucranianos na Polônia e em outros países, o governo Biden acabou de solicitar US$ 2,75 bilhões ao Congresso para assistências humanitárias”, declarou.
“Isso para atender as necessidades das pessoas vulneráveis e as comunidades dentro da Ucrânia, além de ajudar os refugiados que estão aqui na Polônia”, acrescentou o secretário de Estado.
Últimas notícias da guerra
A Ucrânia acusa a Rússia de violar o cessar-fogo e anunciou o adiamento da retirada de civis de Mariupol neste sábado (5). Na madrugada deste sábado o ministério da Defesa da Rússia anunciou, o cessar-fogo nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha para permitir a liberação de corredores humanitários para a fuga de civis. Mas, Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, no leste ucraniano, publicou em seu perfil no Twitter às 12h45, no horário local: “EVACUAÇÃO DA POPULAÇÃO PACÍFICA DE MARIUPOL ADIADA!”
“Devido ao fato de que os russos não observam o regime de silêncio e continuam bombardeando Mariupol e seus arredores, por razões de segurança, a evacuação da população foi adiada”, acrescentou.
Equipes e voluntários correm contra o tempo para conseguir retirar os moradores das duas cidades. A situação nas cidades é “assustadora”, disse uma voluntária à CNN.
De acordo com o governo russo, a interrupção dos ataques e bombardeios teve início às 10h no horário de Moscou (04h pelo horário de Brasília), e servirá para que civis fujam da Ucrânia com segurança.
Este é, até o momento, o primeiro cessar-fogo feito pelo exército da Rússia desde que as tropas do país começaram a invasão da Ucrânia no dia 24 de fevereiro.
Em comunicado, o ministério de Defesa russo afirmou que os “corredores humanitários e rotas de saída foram acordados com o lado ucraniano”. Mykhailo Podoliak, chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que os corredores de evacuação estão sendo preparados em regiões do país.
Autoridades da cidade disseram que os dois lados concordaram que os ucranianos terão cinco horas para cruzarem os corredores humanitários enquanto os disparos estiverem interrompidos.
Na última quinta-feira (3), em um encontro para negociações entre os dois países, representantes da Ucrânia e da Rússia já haviam concordado com os corredores humanitários — locais que não seriam alvos de ataques russos e serviriam para a passagem de refugiados e recursos.
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