Dólar fecha a R$ 5,07 e recua 1,51% na semana; petróleo acumula alta de mais de 20%
Ibovespa encerra dia em queda de 0,60%, aos 114.473,78 pontos
O dólar encerrou o dia em alta de 1,02%, cotado a R$ 5,078. A moeda refletiu o aumento de aversão a riscos dos investidores com a tensão na guerra na Ucrânia.
Por outro lado, nos últimos dias, o real tem sido favorecido por um fluxo de entrada de capital estrangeiro apoiado nos juros altos no Brasil, ativos na bolsa descontados (abaixo de seu valor) e uma busca por mercados ligados a commodities em meio à alta dos preços desses produtos. Assim, no acumulado da semana, o dólar caiu 1,51%.Em 2022 a desvalorização chega a 8,88%.
O fluxo de estrangeiros na B3 – a bolsa brasileira – bateu recorde, com a entrada de mais de R$ 60 bilhões.
Já o Ibovespa fechou em queda de 0,60%, aos 114.473,78 pontos, nesta sexta-feira (4), em sessão de aversão ao risco após nova ofensiva da Rússia contra a maior usina nuclear da Europa, a ucraniana Zaporizhzhia, elevar temores com a guerra e ofuscar dados macroeconômicos positivos.
O setor financeiro foi a principal influência negativa para o índice, enquanto mineradoras, siderúrgicas e outras exportadoras de commodities, como Suzano e Klabin tiveram desempenho positivo.
No cenário doméstico, o foco dos investidores nesta sexta-feira foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, que veio acima das expectativas do mercado, com crescimento de 4,6%.
Além da guerra na Ucrânia, no cenário externo os investidores tiveram no radar o relatório Payroll de emprego nos Estados Unidos, que veio em linha com o esperado, reforçando o anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de alta de 0,25 ponto percentual dos juros em março, com efeito reduzido no mercado devido à situação na Europa.
Na quinta-feira (3), o dólar caiu 1,62%, cotado a R$ 5,026. Já o Ibovespa fechou estável, com leve queda de 0,01%, aos 115.165,55 pontos.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques desta sexta-feira:
Maiores altas
- Suzano (SUZB3) +6,70%;
- Klabin (KLBN11) +4,83%;
- Bradespar (BRAP4) +4,21%;
- Taesa (TAEE11) +3,98%;
- Gerdau (GGBR4) +3,89%
Maiores baixas
- Azul (AZUL4) -7,77%;
- Gol (GOLL4) -7,64%;
- CVC (CVCB3) -6,67%;
- Banco Inter (BIDI11) -6,06%;
- Locaweb (LWSA3) -5,36%
Petróleo
O petróleo teve forte avanço nesta sexta-feira (4) repetindo o movimento da maior parte do restante semana. Temores de que a oferta global do óleo fique ainda mais apertada por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia dominam as mesas de operação de negociadores da commodity energética.
Nesta sexta-feira, o petróleo WTI fechou a US$ 115,17, com alta de 6,98%, enquanto o Brent subiu 7,01%, a US$ 118,13.
Com a alta desta sexta-feira, o petróleo acumulou ganho semanal de mais de 20% nos contratos mais líquidos em Nova York e Londres.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril subiu 7,44% nesta sexta (US$ 8,01) e 26,30% na semana, a 115,68. Já o do Brent avançou 6,93% na sessão de sexta (US$ 7,65) e 25,49% no acumulado semanal, a US$ 118,11, na Intercontinental Exchange (ICE).
Analistas já projetavam que ultrapassaria os US$ 100 ao longo do ano, o que ocorreu com a crise na Ucrânia. A commodity dos EUA saltou até 5,4% para US$ 116,57 o barril na tarde de quinta-feira — o maior comércio desde 22 de setembro de 2008, para fechar o dia em queda de 2,65% (US$ 2,93), a US$ 107,67.
Um levantamento com 35 economistas e analistas previu que o petróleo Brent teria uma média de cerca de US$ 91,15 por barril este ano, um salto em relação ao consenso de US$ 79,16 de janeiro, e a estimativa mais alta para 2022 em todas as pesquisas da Reuters.
O principal fator para a alta é o descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia, e o quadro foi intensificado com as tensões na Europa.
Guerra na Ucrânia
O foco dos investidores segue na guerra na Ucrânia e os seus desdobramentos. As forças russas assumiram o controle usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. O governo ucraniano informa que os reatores estão preservados, mas o alerta de risco segue ligado.
A Agência Internacional de Energia Nuclear (IAEA, na sigla em inglês) diz que está pronta para mediar conversas entre Rússia e Ucrânia para estancar a possibilidade de um desastre sem precedentes. Vale destacar que o ataque das forças russas não alterou os níveis de radioatividade no local.
Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN sobre o conflito.
- 1 de 10Na quinta-feira (24), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento televisionado no qual autorizava uma "operação militar especial" na Ucrânia. Putin disse que o objetivo era proteger população de regiões separatistas. Crédito: Reprodução/Russia 24
- 2 de 10Poucas horas após pronunciamento de Putin, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades da Ucrânia, segundo relatos de repórteres da CNN. A imagem de uma explosão em Kiev divulgada pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia foi um dos primeiros retratos da invasão russa no país. Crédito: Gabinete do Presidente da Ucrânia
- 3 de 10Já pela manhã de quinta-feira, gigantescas filas de carro se formaram com pessoas tentando sair da capital ucraniana Kiev. Crédito: Getty Images
- 4 de 10Após o início da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou os cidadãos para luta armada e pediu doações de sangue para os militares feridos. Crédito: CNN / Reprodução
- 5 de 10Os metrôs ucranianos se transformaram em verdadeiros bunkers improvisados, para servir de abrigo antibombas. Na foto, o metrô de Kharkiv, segunda maior cidade do país. Crédito: CNN
- 6 de 10A CNN relatou que infraestrutura civil ucraniana foi afetada pela guerra. Na imagem, uma criança brinca no parquinho do lado de fora de um prédio residencial de Kiev atingido por uma explosão. Crédito: Anadolu Agency via Getty Images
- 7 de 10Pessoas são fotografadas em posto de controle entre Ucrânia e Eslováquia. A ONU estima que mais de 800 mil refugiados fugiram pela fronteira oeste do país. Crédito: Future Publishing via Getty Imag
- 8 de 10Protestos contra a guerra na Ucrânia foram registrados em várias partes do mundo. Na foto, mais de 100 mil manifestantes foram às ruas de Berlim pedindo o fim da invasão russa. Crédito: Getty Images
- 9 de 10Delegações diplomáticas de Rússia e Ucrânia se encontraram, no quinto dia de guerra (28), na região da fronteira com Belarus. Primeira negociação por cessar-fogo terminou sem acordo. Segunda reunião deve acontecer nesta quarta (2). Crédito: Alexander Kryazhev/POOL/TASS via
- 10 de 10Kharkiv foi alvo de alguns dos piores ataques aéreos durante a guerra. Na terça-feira (1º), pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em ataques com foguetes das forças russas no centro da cidade, segundo o Ministério do Interior ucraniano. Crédito: Anadolu Agency via Getty Images
Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.
Dentre elas estão a expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia. Os países que apoiam a Ucrânia já afirmaram que devem implementar novas sanções contra a Rússia, que viu sua moeda, o rublo, despencar e atingir uma mínima histórica.
Ao mesmo tempo, a invasão pela Rússia continua, com novos ataques em Kharkiv, segundo maior cidade da Ucrânia, e Kiev, capital do país, que está cercada por tropas russas. As duas nações realizaram uma nova rodada de negociações na quinta-feira, mas com poucos avanços.
A guerra, e as chances de novas escaladas no cenário geopolítico, aumentam a aversão a riscos dos investidores e a busca pelo dólar. O índice DXY, que compara a moeda frente a outras, sobe nesta sexta-feira.
Já o VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, avançava e rondava os 34 pontos, por volta das 10h30, após chegar ao maior nível desde setembro de 2020.
Outra consequência da invasão é a alta nos preços de commodities, principalmente as ligadas à Rússia e à Ucrânia, caso do milho, trigo e do petróleo. O tipo Brent, referência da Petrobras para a política de preços, segue subindo e já ronda a casa dos US$ 115.
Commodities
A situação na Ucrânia reduz os benefícios para o real de um ciclo de migração de investimentos para mercados ligados a commodities e vistos como baratos, com o Brasil beneficiado também pelos juros altos, que limita os efeitos das apostas em uma política de alta de juros agressiva pelo Federal Reserve.
O ciclo estava ligado, em partes, a expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia. Por outro lado, intervenções do governo chinês no mercado têm gerado pressões de queda, em um sobe e desce na cotação.
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Você sabe bastante sobre o Ibovespa, mas poderia conhecer um pouquinho mais
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*Com informações de Thais Herédia, Agência Estado e da Reuters