Pelo menos seis companhias interrompem cruzeiros em portos da Rússia e Ucrânia
Empresas relatam insegurança no trajeto devido ao conflito armado no Leste Europeu
Um levantamento feito pela CNN nesta quarta-feira (2) mostra que pelo menos seis companhias de cruzeiros retiraram os portos russos e ucranianos das rotas marítimas, desde o início do confronto no Leste Europeu. São as empresas Norwegian Cruise Line, Viking Cruises, Regent Seven Seas Cruises, Oceania Cruises, Cunard Line e MSC Cruzeiros.
As mudanças de rota vêm sendo anunciadas pelas empresas desde sexta-feira (25), um dia após o início da invasão russa à Ucrânia, que já vitimou mais de 2 mil civis ucranianos e resultou em mais de meio milhão de refugiados. Acompanhe a cobertura especial da CNN.
Em um comunicado oficial, a MSC Cruzeiros divulgou a retirada da cidade de São Petersburgo, na Rússia, dos roteiros da companhia, devido aos “recentes acontecimentos na região e preocupações relacionadas à segurança”. Como alternativa, a empresa utilizará os portos de Estocolmo, na Suécia, Helsinque, na Finlândia, e Tallinn, capital da Estônia.
A britânica Cunard Line anunciou, pelas redes sociais, que suspendeu todos os itinerários no Mar Báltico, por tempo indeterminado, até que o conflito armado seja resolvido. “Nossa principal prioridade é a conformidade, a proteção ambiental e a saúde, segurança e bem-estar de nossos hóspedes, membros da tripulação, funcionários em terra e pessoas”, publicou a empresa nesta quarta-feira (2), no Twitter.
Já a Norwegian Cruise Line confirmou à CNN que não operará mais em portos ucranianos e russos até o fim de 2022.
Em conversa com a CNN, o professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Pierre Souza explicou as consequências econômicas referentes à guerra sobre o setor de cruzeiros. De acordo com ele, as companhias serão afetadas direta e indiretamente pelo avanço russo no território ucraniano.
“Por um lado, o fechamento do espaço físico, que restringe a movimentação das pessoas. Além disso, também temos a questão do preço da gasolina. Vimos a disparada no preço do petróleo, e isso afeta o setor, já que as companhias têm o combustível como um dos principais custos”, disse o professor da FGV.
Temporada de cruzeiros é retomada no Brasil
A mais de 10 mil quilômetros de distância da guerra no Leste Europeu, as companhias de cruzeiros voltarão a operar no mar brasileiro a partir do próximo sábado (5). O retorno foi confirmado pela Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia) nesta quarta-feira (2), por meio de um documento obtido com exclusividade pela CNN. As operações do setor foram interrompidas no início do ano, após o avanço da variante Ômicron no país.
O comunicado aponta que as operações no país serão retomadas com 19 roteiros, sendo oito destinos finais. Estão incluídos os estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo Balneário Camboriú, Itajaí, Porto Belo, Santos, Ilhabela, Rio de Janeiro, Angra dos Reis/Ilha Grande e Búzios.
Com início em novembro de 2021, a temporada de cruzeiros tinha previsão de transportar mais de 360 mil turistas, com um impacto financeiro de R$ 1,7 bilhão. Além disso, o setor esperava gerar mais de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de segmentos da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis.
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Na quinta-feira (24), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento televisionado no qual autorizava uma "operação militar especial" na Ucrânia. Putin disse que o objetivo era proteger população de regiões separatistas. • Reprodução/Russia 24
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Poucas horas após pronunciamento de Putin, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades da Ucrânia, segundo relatos de repórteres da CNN. A imagem de uma explosão em Kiev divulgada pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia foi um dos primeiros retratos da invasão russa no país. • Gabinete do Presidente da Ucrânia
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Já pela manhã de quinta-feira, gigantescas filas de carro se formaram com pessoas tentando sair da capital ucraniana Kiev. • Getty Images
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Após o início da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou os cidadãos para luta armada e pediu doações de sangue para os militares feridos. • CNN / Reprodução
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Os metrôs ucranianos se transformaram em verdadeiros bunkers improvisados, para servir de abrigo antibombas. Na foto, o metrô de Kharkiv, segunda maior cidade do país. • CNN
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A CNN relatou que infraestrutura civil ucraniana foi afetada pela guerra. Na imagem, uma criança brinca no parquinho do lado de fora de um prédio residencial de Kiev atingido por uma explosão. • Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas são fotografadas em posto de controle entre Ucrânia e Eslováquia. A ONU estima que mais de 800 mil refugiados fugiram pela fronteira oeste do país. • Future Publishing via Getty Imag
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Protestos contra a guerra na Ucrânia foram registrados em várias partes do mundo. Na foto, mais de 100 mil manifestantes foram às ruas de Berlim pedindo o fim da invasão russa. • Getty Images
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Delegações diplomáticas de Rússia e Ucrânia se encontraram, no quinto dia de guerra (28), na região da fronteira com Belarus. Primeira negociação por cessar-fogo terminou sem acordo. Segunda reunião deve acontecer nesta quarta (2). • Alexander Kryazhev/POOL/TASS via
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Kharkiv foi alvo de alguns dos piores ataques aéreos durante a guerra. Na terça-feira (1º), pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em ataques com foguetes das forças russas no centro da cidade, segundo o Ministério do Interior ucraniano. • Anadolu Agency via Getty Images