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    Microsoft diz que ataques cibernéticos contra Ucrânia “levantam preocupações”

    Companhia disse que nas horas que antecederam a invasão da Rússia, detectou-se uma nova forma de software "ofensivo e destrutivo" visando instituições ucranianas

    Microsoft informou que observou uma enxurrada de ataques cibernéticos se concentrando nos setores agrícola, comercial, financeiro e de energia da Ucrânia
    Microsoft informou que observou uma enxurrada de ataques cibernéticos se concentrando nos setores agrícola, comercial, financeiro e de energia da Ucrânia Kacper Pempel

    Brian Fungdo CNN Business Em Washington

    À medida que o hacking (técnica de implementar malware) se tornou mais difundido nos últimos anos, a Microsoft há muito pede a criação de uma nova Convenção de Genebra que cuide do ciberespaço.

    Mas agora, pela primeira vez, a gigante da tecnologia parece estar sugerindo que os ataques cibernéticos ligados à guerra na Ucrânia podem ser considerados crimes de guerra sob a lei internacional já existente.

    Nesta segunda-feira (1º), a Microsoft disse que nas horas que antecederam a invasão da Rússia, detectou-se uma nova forma de software “ofensivo e destrutivo” visando instituições ucranianas. A companhia também informou que observou uma enxurrada de ataques cibernéticos se concentrando nos setores agrícola, comercial, financeiro e de energia da Ucrânia.

    “Esses ataques a alvos civis levantam sérias preocupações sob a Convenção de Genebra, e compartilhamos informações com o governo ucraniano sobre cada um deles”, escreveu o presidente da Microsoft, Brad Smith, em um post no blog.

    A mensagem da Microsoft? O debate ético de anos em torno da guerra cibernética – e seu impacto sobre os civis – não é mais teórico. Está aqui, é real, e os governos devem descobrir como responder. (A Microsoft não respondeu imediatamente às perguntas da CNN sobre se acredita que os hacks constituem violações reais da Convenção de Genebra)

    Em 2017, Smith argumentou que o aumento do crime digital transnacional e a violação de dados da Sony atribuída à Coreia do Norte mostraram como o ciberespaço “se tornou um potencial novo e global campo de batalha”.

    Uma Convenção de Genebra digital, disse Smith na época, deve comprometer os governos a se abster de usar ataques cibernéticos contra alvos civis ou infraestrutura crítica, e impedir que os países armazenem vulnerabilidades de software, como costumam fazer com outras armas estratégicas.

    “Assim como os governos do mundo se reuniram em 1949 para adotar a Quarta Convenção de Genebra para proteger civis em tempos de guerra, precisamos de uma Convenção de Genebra Digital que comprometa os governos a implementar as normas que foram desenvolvidas para proteger civis na internet em tempos de guerra”, apontou Smith.

    A Quarta Convenção de Genebra foi a primeira a abordar o tratamento de civis em uma zona de guerra, refletindo os horrores da Segunda Guerra Mundial.

    A analogia na época parecia amplamente retórica. Ele usou a linguagem da diplomacia para descrever um possível modelo para uma nova estrutura internacional limitando as consequências do hacking.

    Mas a alegação de Smith na segunda-feira leva a empresa adiante. A Microsoft destacou especificamente como os ataques cibernéticos contra a Ucrânia levantam preocupações sob a lei internacional existente. A Microsoft não está mais simplesmente defendendo uma nova Convenção de Genebra para lidar com ataques cibernéticos; está sugerindo que ataques cibernéticos como o da Ucrânia já deveriam estar ao alcance dos acordos de crimes de guerra contemporâneos.

    “Só porque a Microsoft diz isso, não significa que seja verdade”, declara PW Singer, estrategista da New America Foundation. “A Microsoft pode descrever algo como um crime de guerra… mas, para isso, um tribunal real, não apenas o tribunal da opinião pública, importa”.

     

     

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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