PP e União Brasil devem liberar bancadas em votação sobre Chiquinho Brazão
Deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) é acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco; o motorista dela, Anderson Gomes, também morreu na emboscada há seis anos
Os partidos União Brasil e PP devem liberar as suas bancadas na Câmara dos Deputados para votarem como quiserem nesta quarta-feira, em Plenário, sobre a manutenção ou não da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
Brazão é suspeito de mandar matar a ex-vereadora Marielle Franco, do PSOL. Parlamentares do União já haviam sido informados sobre a liberação. Mas ainda há deputados tentando derrubar a decisão.
Um deles disse reservadamente que “estão tentando dar uma lição no STF salvando o Barrabás”.
Há parlamentar apostando que 80% dos parlamentares do Partido Liberal vão se abster ou votarão contra a prisão de Brazão. Essa proporção chegou a ser colocada na mesa durante reunião de líderes nesta terça-feira.
De acordo com fontes ouvidas pela CNN, a avaliação é a de que o clima contra Brazão arrefeceu em relação há duas semanas, quando ele foi preso.
E que, neste sentido, o retardamento da votação foi benéfico. A manobra evitou que as decisões fossem tomadas no calor da pressão da opinião pública.
A principal motivação dos que vão se manifestar favoravelmente à liberdade do deputado não tem a ver com o mérito da acusação, ou seja, se ele é ou não o mandante do crime.
Essa ala da Câmara endossa três argumentos.
O primeiro é o de que a prisão imediata não se justificaria pois não se trata de uma detenção em flagrante de um crime cometido há seis anos. Há também o apontamento de que Brazão era vereador na época do assassinato e não deputado. Por fim, a defesa de que a prisão preventiva estaria baseada apenas em uma delação premiada.
Na manhã desta quarta-feira (9), deputados votam o futuro político de Chiquinho Brazão na Comissão de Constituição e Justiça. Logo em seguida, o presidente da Câmara, Artur Lira, deve levar o caso ao plenário.