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    Auxiliares de Bolsonaro acreditam que Putin não irá garantir envio de fertilizantes

    Auxiliares presidenciais afirmam que cresce sentimento de que ficará inviável a Putin o envio de fertilizantes e que outras pautas da ida de Bolsonaro a Moscou também naufragaram

    Basília Rodriguesda CNN , em Brasília

    Com o aumento das sanções à Rússia, o Palácio do Planalto passou a admitir internamente que as pautas discutidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com o presidente russo Vladimir Putin, na viagem a Moscou, uma semana antes da invasão à Ucrânia, estão naufragando.

    Dois exemplos principais disso, de acordo com assessores presidenciais ouvidos pela CNN, são a articulação do governo para garantir o envio de fertilizantes ao Brasil e a preocupação com o preço da gasolina. Para o governo, a guerra promovida por Putin impacta nos compromissos desenhados na viagem.

    No dia da invasão, o preço dos fertilizantes dispararam. A tonelada passou de US$ 320 para US$ 850. A conta está na ponta do lápis em conversas no Planalto. O pessimismo é sintoma também do que ocorreu neste sábado: a exclusão da Rússia do sistema Swift, sistema de transferências internacionais que conecta bancos ao redor do mundo.

    Isso pode inviabilizar a própria transação financeira para efetivar a importação de fertilizantes, calculam fontes do governo.

    Outro indicador negativo mostra que o início da invasão russa levou o preço do barril de petróleo a superar 100 dólares pela primeira vez em mais de sete anos. Uma das preocupações do Brasil na viagem de Bolsonaro a Moscou era com os efeitos de uma guerra no preço do barril de petróleo.

    Auxiliares do presidente defendem que a posição é de cautela. Até o momento, Bolsonaro não criticou a Rússia diretamente, tampouco condenou os ataques à Ucrânia, apesar do Brasil ter votado a favor do repúdio aos ataques no Conselho de Segurança da ONU.

    No lugar de uma declaração, porém, Bolsonaro curtiu publicações do perfil internacional do governo brasileiro no Twitter que fala da condenação aos atos.

    A conta oficial Government of Brazil, em que o governo se comunica em inglês na rede social, publicou um vídeo do embaixador Ronaldo Costa, representante do Brasil na ONU, com a descrição dizendo que o Brasil condena fortemente a violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia. Bolsonaro, por meio de seu perfil pessoal, curtiu a publicação – sem compartilhá-la.

    Para assessores presidenciais, o like representa a posição do presidente, ainda que a comunicação não seja das mais diretas.

    A CNN procurou Planalto e ainda não teve resposta.

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