Barril de petróleo pode chegar a US$ 150 com guerra na Ucrânia, diz especialista
À CNN, Adriano Pires afirmou que dependência europeia do gás produzido na Rússia fará preços dos combustíveis subirem
O petróleo iniciou em 2021 uma trajetória de alta, intensificada pela guerra entre Ucrânia e Rússia, e agora pode chegar a valores de US$ 150 ou US$ 200 o barril, segundo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).
Em entrevista à CNN neste sábado (26), ele afirmou que “50% do gás consumido na Europa vem da Rússia, e estamos no inverno no Hemisfério Norte, mais do que nunca o gás é necessário para fazer o aquecimento de residências, de escritórios, coisas básicas para a população. Hoje, tem três gasodutos que cortam a Ucrânia trazendo gás da Rússia, a preocupação que eu tenho é se houvesse algum acidente em um desses gasodutos, pode interromper grande parte do gás”.
Na avaliação de Pires, a Europa “errou no planejamento energético”, e se tornou refém da Rússia. “A Europa também se deixou ficar muito refém das energias renováveis, solar, eólica, que são intermitentes, então quando veio as vacinas e retomada da economia, teve grande crescimento no consumo de energia, e as renováveis não foram capaz de atender essa demanda e voltou a precisa do fósseis”.
Nesse sentido, ele diz que a Rússia soube usar essa vantagem de fornecimento para se preparar para a guerra já em 2020, quando se uniu à Opep e estabeleceu um calendário de cotas de produção, além de diversificar seu mercado consumidor de gás, em especial com a China.
“Energia não é liga e desliga, tem um tempo, se hoje tiver corte de gás para a Europa, é muito difícil substituir por outra energia rapidamente. O que já está acontecendo é uma elevação muito grande do preço do gás natural e petróleo, não sabemos até onde vão porque depende do desenrolar da guerra, mas tem um dos três maiores atores do mercado energético envolvidos nela”, afirma.
Com isso, a expectativa do especialista é de continuidade de alta no curto prazo, até que a demanda seja “destruída” via aumento de preços de petróleo, gás e combustíveis. “É um fenômeno mundial, está caro no mundo inteiro e vai ficar mais, com um cenário de petróleo a US$ 150, US$ 200, que vejo como factível porque depende de como vai ser a guerra”.
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