Autoridades tentam estabilizar prédio residencial atingido por míssil em Kiev
Correspondente da CNN, Clarissa Ward, visitou o local e disse que autoridades tentam usar andaimes para evitar colapso de dois andares
Um alto edifício residencial em Kiev foi atingido por um míssil ou foguete na manhã de sábado. Imagens da cena mostraram um grande impacto em na altura de cerca de 10 andares.
A correspondente internacional chefe da CNN, Clarissa Ward, visitou o local, que fica bem próximo a um dos aeroportos da capital. A fumaça ainda podia ser vista saindo do prédio com as ruas e o ar abaixo cheios de detritos.
“Há ambulâncias no local. E o que eles estão fazendo agora é tentar levar alguns andaimes até lá para tentar evitar o colapso de dois andares”, relata Ward, acrescentando que milagrosamente ninguém foi realmente morto no incidente.
“Estamos ouvindo das autoridades ucranianas que seis pessoas ficaram feridas”, acrescenta ela. “Eles estão sendo tratados em vários hospitais.”
Não ficou claro quem é o responsável pelos danos neste momento, informou Ward.
“Autoridades ucranianas dizendo que isso foi obra de um míssil russo. E os russos estão dizendo que eles acreditam que este era realmente um sistema de defesa antimísseis ucraniano que de alguma forma deu errado e acabou atingindo este prédio de apartamentos.”
Ela continuou: “Agora, quem quer que seja o responsável, e como quer que isso tenha acontecido, a realidade é que esse é o tipo de coisa que acontece quando você tem uma guerra acontecendo em uma grande metrópole como Kiev.”
“Esta é uma cidade de quase 2,9 milhões de pessoas e estamos em uma área bem central aqui. Isto não é na periferia da cidade. Você pode imaginar o quão aterrorizante foi para as pessoas que estavam dormindo, ou apenas acordando, tomando café da manhã com suas famílias em uma manhã de sábado, já aterrorizadas com a situação, apenas para encontrar seu prédio atingido neste ataque.”
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Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).
O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
* Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN