Putin pede a militares ucranianos que tomem o poder no país
Fala do presidente da Rússia acontece enquanto tropas russas se aproximam da capital da Ucrânia, Kiev
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse durante um pronunciamento nesta sexta-feira (25) que os militares da Ucrânia devem “tomar o poder com suas próprias mãos”.
A fala do presidente da Rússia acontece enquanto as tropas russas se aproximam cada vez mais da capital da Ucrânia, Kiev.
“Não deixe que os banderites e os neonazistas tomem como reféns seus filhos e mulheres. Tomem o poder com suas próprias mãos”, disse Putin em um discurso direcionado aos militares ucranianos.
Nos últimos dias, ucranianos estão deixando o país por vias terrestres rumo a países vizinhos como Romênia, Polônia e Hungria, que têm recebido mulheres e crianças. O governo ucraniano proibiu que homens de 18 a 60 deixem o país – eles devem permanecer para “garantir a defesa do Estado”.
Nesta quinta-feira (24), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou uma ordem de mobilização militar geral.
Na fala de hoje, Putin diz ainda que será “mais fácil negociar” com os militares da Ucrânia.
“Será mais fácil negociar com vocês [militares da Ucrânia] do que com esse bando de neonazistas viciados que tomaram Kiev e estão fazendo como refém todo um povo”, disse.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países. Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos. A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(*Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)