Ucrânia deve usar “guerra de insurgência” para conter avanço russo, diz professora
À CNN, Raquel Gontijo lembrou que grandes batalhas urbanas “são muito custosas para o atacante”
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Em entrevista à CNN, a professora de Relações Internacionais da PUC Minas, Raquel Gontijo, avaliou que as tropas russas terão que partir para “o ataque direto” para invadir a capital ucraniana Kiev.
Ela lembrou que, até aqui, a Rússia “tem evitado grandes batalhas urbanas”, mas, para tentar tomar Kiev, isso não será mais possível. “Esses conflitos são custosos para o atacante”, explicou.
A professora afirma acreditar que, de acordo com o que tem sido visto nos discursos do presidente ucraniano Volodymir Zelensky, a Ucrânia deverá ter como abordagem a “guerra de insurgência”.
“As forças armadas da Rússia são muito fortes, e ucranianos vão resistir, mas não está claro se vai dar certo. O lado mais forte do ponto de vista bélico enfrenta o mais fraco que tem vontade de combater. Ucranianos defendem sua sociedade, modo de viver, contra um esforço imperialista da Rússia”, disse.
Raquel reforçou que a literatura sobre o porquê de os países fazerem guerra é extensa, mas não se tem resposta. Na percepção dela, os benefícios não superam os malefícios.
“No melhor cenário possível para a Rússia, ela anexaria a Ucrânia, teria ganho territorial, recursos, saída para o Mar Negro, mas a população ucraniana vai se submeter pacificamente? Não, vai ser uma tomada tensa, com a Rússia com isolamento diante do sistema internacional”.
A professora avalia que o “custo dessa guerra é elevadíssimo”, mas ponderou que o presidente russo Vladimir Putin não tomou uma decisão “impensada”: “Ele já planejava há muito tempo e não tem nada de impulsivo na ação”.
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