Moda circular, sustentabilidade e pluralidade: o que esperar da SPFW N57
Consultora de estilo fala à CNN mais detalhes sobre o maior evento de moda da América Latina
O maior evento de moda da América Latina chega em São Paulo nos próximos dias e promete trazer foco a novos talentos e elementos para a indústria. A edição N57 da São Paulo Fashion Week ocorre entre os dias 9 e 14 de abril e é marcada por destaque em marcas estreantes, sustentabilidade, pluralidade e mais.
O evento trocará o Komplexo Tempo, seu local desde 2022, pelos shoppings Iguatemi São Paulo e JK Iguatemi e grandes edifícios da metrópole paulistana, como o Edifício Martinelli, responsável por encerrar o SPFW N57.
À CNN, a consultora de moda e estilo Gabi Rosa, pontuou o que podemos esperar do evento este ano. “Historicamente, a semana de moda de São Paulo é um celeiro de talentos e, quanto a isso, acredito que não mudará, já que o line-up está composto por nomes bem bacanas”, reflete a profissional.
Sustentabilidade
Gabi aconselha atenção para as duas marcas estreantes na SPFW N57: Catarina Mina e Reptilia.
“Vejo muito potencial nas duas marcas estreantes. Enquanto a Catarina Mina trará a riqueza do artesanato e da sustentabilidade, que é muito importante, pois adotar a moda sustentável causa diversos impactos no planeta em que vivemos, a outra, Reptilia, também promete essa vibe do artesanato, mas mesclado com a tecnologia. É importante colocar muita atenção nestas”, revelou.
Sob o tema “Sintonia”, a SPFW N57 apostará justamente em temas provenientes da sustentabilidade. Partindo deste propósito, Gabi destaca o desfile de duas grifes: Renata Buzzo e Marina Bitu, ambas com foco no meio ambiente e no processo de produção consciente das roupas.
“Podemos esperar uma preocupação maior com essa questão social também no evento como um todo, além de práticas da moda circular também, que tem ganhado cada vez mais espaço na indústria”, ressalta.
Pluralidade
Gabi também destaca a pluralidade do desfile. Na quarta-feira (10), por exemplo, ocorre o desfile do projeto “Cria Costura”, uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo e o Instituto Nacional de Moda, Design e Economia Criativa (INMODE). O projeto visa criar oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade social se inserirem no mercado de trabalho da moda, por meio da capacitação e desenvolvimento profissional.
No mesmo dia, a estreante Reptilia trará uma identidade agênera à passarela com a coleção “Indelével”.
A especialista também acredita que outros elementos interligados aos desfiles serão importantes para elevar, ainda mais, a potência que o evento carrega.
“A abertura com a participação da Orquestra Sinfônica de Heliópolis trará ainda mais imponência. Apesar de acompanhar todas as semanas de moda desde muito jovem, nunca vi nada como em São Paulo, porque o clima da cidade traz ainda mais expectativa para todos os desfiles”, afirma.
Vale ressaltar que os músicos da orquestra vestirão roupas feitas com algodão oriundo de agricultura renovável desenvolvido.
Influências europeias?
Segundo Gabi, é provável que a influência europeia apareça nas passarelas brasileiras, por conta das semanas de moda de lugares como Paris, Londres e Milão.
“Acredito que vamos ver mais peças em tons neutros, como foi em Paris. Mas, ainda assim, é importante recordar que o Brasil sempre apresentou uma identidade única, repleta de influências locais e globais. Então, talvez vejamos o melhor dos dois mundos”, pontuou ela.
“Também vejo a beleza natural como uma tendência que irá continuar, ainda mais em um país em que existe tanta cultura e pluralidade a ser explorada. A semana de moda paulistana, nos últimos anos, vem trazendo muitos ressignificados, sejam sobre os padrões antes aceitáveis, seja pela história a ser contada. Estou confiante de que, mais uma vez, estaremos diante de um belíssimo espetáculo”, complementou a profissional.