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    Covid-19: Fiocruz inicia pré-qualificação para exportar vacina 100% brasileira

    Ainda não há definição tomada sobre o envio do imunizante para o exterior: órgão espera uma resposta da AstraZeneca

    Thayana AraújoStéfano Sallesda CNN , Rio de Janeiro

    Depois de ter oferecido à AstraZeneca a possibilidade de disponibilizar doses da vacina 100% nacional contra a Covid-19, para que sejam oferecidas à Organização Mundial de Saúde (OMS) para o mecanismo de solidariedade internacional Covax Facility, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deu início ao processo de pré-qualificação do imunizante.

    A pré-qualificação é um processo da OMS para garantir a consistência e a qualidade do produto, analisado a partir de padrões internacionais e especificações próprias da agência.

    Essa é uma etapa importante para que o produto possa ser exportado para outros países.

    O analista Leandro Resende informou na quarta-feira (22) a existência de uma carta da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, ao presidente da AstraZeneca no Brasil, Carlos Sánchez-Luís, na qual a fundação sugere contribuir com a capacidade ociosa de produção do Instituto de Biotecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

    Isto acontece porque o Ministério da Saúde contratou 105 milhões de doses de vacinas, 60 milhões produzidas com Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) estrangeiro, e outras 45 milhões com o produto nacional.

    No entanto, a capacidade produtiva é de 180 milhões. Isto é, a capacidade de produzir outras 75 milhões de doses no ano pode ajudar o mundo a lidar com a pandemia e acelerar a vacinação em localidades onde o acesso ao imunizante tem sido mais difícil.

    Procurada, a Fiocruz informou que a prioridade, neste momento, é atender à demanda interna, representada pela encomenda do Ministério da Saúde.

    Somente depois de atendê-la, será possível avaliar a exportação do excedente. O órgão fará reuniões após o carnaval, para discutir detalhes da eventual exportação do imunizante.

    Sobre a carta enviada pela Fiocruz ao presidente da AstraZeneca no Brasil, a entidade ainda não obteve uma resposta, que aguarda, para que consiga viabilizar as questões industriais e regulatórias para atender à demanda.

    Em Bo-Manguinhos, já foi produzido IFA suficiente para 25 milhões de doses, das quais 2,6 milhões já foram envasadas e 550 mil foram entregues nesta quarta-feira ao Ministério da Saúde, para distribuição a estados e municípios.

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