Fernando Molica: Reforma Tributária é essencial para termos um país mais justo
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (23), o comentarista Fernando Molica analisa o pacote de medidas econômicas anunciados pelo ministro Paulo Guedes em evento na terça (22)
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (23), o comentarista Fernando Molica analisa o pacote de medidas econômicas anunciados pelo ministro Paulo Guedes em evento na terça (22).
Guedes prevê a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Importados (IPI), a liberação de recursos do Fundo de Garantia por Tempo e Serviço (FGTS) e o lançamento de um programa de universalização de acesso a crédito.
Para Molica, a liberação de parte do FGTS serviria, na prática, para as pessoas quitarem dívidas. “O sujeito que está devendo para um banco, pagando uma taxa de juros indecente, pegaria esse dinheiro e quitaria ou diminuiria suas dívidas, pelo menos. Talvez sobre alguma coisa para consumo”, afirmou.
“Em ano eleitoral o Papai Noel fica mais generoso, parece que as contas do governo ficam maior e que o acesso ao cofre do governo fica mais fácil”, completou Molica sobre o anúncio do ministro da Economia.
O comentarista avalia que a eventual redução do IPI “teria um efeito sobre o consumo” – caso seja repassada integralmente ao consumidor –, já que em tese muitos produtos importados teriam uma diminuição de preço.
Porém, Molica enxerga que há uma certa maldade do ministro Paulo Guedes, porque boa parte do IPI é repassada para os estados. “Então, os estados com menos dinheiro não poderiam dar reajustes salariais aos seus funcionários”, exemplificou.
Molica também ressaltou que apesar de o anúncio da redução do IPI ser bem-vindo, é preciso discutir a Reforma Tributária.
“O IPI, assim como o ICMS, são aqueles impostos que tem uma maldade embutida neles porque são cobrados igualmente do rico e do pobre. A lógica numa sociedade mais justa é que os impostos sejam progressivos, ou seja, ricos pagam mais, pobres pagam menos”, afirmou Molica.
“Essa é a discussão da Reforma Tributária, que dificilmente vai caminhar nesse ano eleitoral. A reforma é essencial para que a gente tenha um país um pouco mais justo”, concluiu.
Aliança entre PT e PSB
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) se reuniram para discutir uma candidatura única ao governo de São Paulo, enquanto os partidos ainda negociam uma federação para as eleições de 2022.
Lula, porém, quer o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad concorrendo ao Palácio dos Bandeirantes, enquanto o PSB quer o próprio Márcio França na disputa.
Após o encontro, França falou sobre as possibilidades: “O presidente compreendeu meus argumentos. O PSB e o PT tem uma tendência de caminhar juntos. Em São Paulo, ele vai conversar com a Gleisi [Hoffmann] e o Fernando Haddad e acho que vamos estar juntos.”
Encontro de Doria com Moro
Os pré-candidatos da terceira via seguem se movimentando em busca de acordos. Após evento, o pré-candidato pelo PSDB e governador de São Paulo, João Doria, falou sobre as conversas com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pré-candidato pelo Podemos.
“Nós temos dialogado, assim como com Simone Tebet… e os partidos também têm dialogado. União Brasil, MDB, PSDB com a federação agora com o Cidadania”, disse Doria.
“É o dialogo que pode construir a melhor alternativa para o Brasil, para que não tenhamos o triste pesadelo de chegar em 2 de outubro com duas opções – da extrema esquerda e da extrema direita”, disse.
Posse de Fachin
O ministro Edson Fachin foi empossado como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista à CNN, o jurista falou sobre os desafios para as eleições deste ano e debateu a possibilidade de cassação de uma candidatura que se aproveite de fake news para desacreditar o sistema eleitoral.
“Fatos que são inverídicos correspondem a um ilícito eleitoral. Evidentemente que a interpretação desses fatos ou modo de enxergar esses fatos depende muito das cosmovisões que são próprias da democracia e esse campo de disputa política não é um campo da justiça eleitoral”, afirmou Fachin.
“A justiça eleitoral cuida de preservar o campeonato, o regulamento deste campeonato eleitoral. Mas ela não toma parte desse jogo. Este é o papel da Justiça Eleitoral. A cassação, um conjunto de circunstâncias sancionatórias devem ser o último remédio quando não há outros mecanismos corretivos que também valorizem o próprio eleitorado cuja a postura de autonomia e liberdade também deve ser preservada”, ressaltou.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Boris Casoy. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.