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    Especialistas temem alta de Covid e leptospirose após tragédia em Petrópolis

    Em 2011, quando a cidade foi atingida por outra grande tempestade, foram registrados 500 casos de leptospirose

    Lucas Janoneda CNN , No Rio de Janeiro

    Especialistas ouvidos pela CNN nesta segunda-feira (21) ligaram um alerta sobre o possível aumento de casos de doenças como a leptospirose no município de Petrópolis (RJ) após a tragédia da última semana, que já provocou mais de 180 óbitos. Eles fizeram essa projeção com base no número de casos da doença em 2011, quando uma forte chuva atingiu a cidade e matou 73 pessoas. Naquele ano, foram 500 casos.

    O infectologista e presidente do Comitê Científico de Petrópolis, Marco Liserre, explicou à CNN que o temporal no município fez com que a população entrasse em contato durante muito tempo com lama e água de esgoto, cenário propício para o desenvolvimento da leptospirose, doença originada por uma bactéria presente na urina dos ratos.

    “As pessoas caminharam descalças na lama, tanto em 2011 como na tragédia de agora. A população que teve mais de três horas de exposição é altamente suscetível à infecção. É um contato direto com a pele. A maioria dos casos são formas leves e apresentam sintomas como dor de cabeça, alergia e febre. Mas também existem cenários preocupantes, quando as pessoas registram desde insuficiência renal, arritmia cardíaca e quadros hemorrágicos. É importante procurar um especialista”, disse Liserre.

    Na mesma direção, o especialista alerta para o cuidado que as autoridades devem ter para que não haja aumento dos casos de Covid-19 na cidade, por conta do aumento do foco de aglomerações. Ele destaca o papel da vacinação para conter o crescimento do número de casos.

    “A tragédia colocou a Covid-19 em segundo plano. Os abrigos da cidade estão cheios e isso gera aglomeração. E, na prática, não tem o que fazer. Estamos vivendo um cenário excepcional, onde as pessoas perderam suas casas. O aumento de casos é uma realidade, mas felizmente fizemos um belo trabalho de vacinação contra o vírus”, disse o presidente do Comitê Científico de Petrópolis.

    Gulnar Azevedo, membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ressalta que o poder público precisa tomar medidas para evitar o crescimento dessas doenças na cidade.

    “Acredito que o cenário epidemiológico vai piorar. E agora é tentar fazer vigilância e ficar alerta para o aparecimento de muitos casos de leptospirose. Quanto à Covid, é necessário agora criar espaços arejados nos abrigos e intensificar o uso de máscara, além de completar a vacinação de todos”, disse Gulnar.

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