Fiscais de grãos fazem greve na Argentina, mas impacto nos portos é reduzido
Protesto reduziu o número de caminhões que levam grãos aos terminais fluviais e marítimos do país, um dos maiores exportadores mundiais de alimentos
O sindicato argentino dos fiscais de grãos realiza uma greve de 24 horas nesta segunda-feira (21) por uma reivindicação salarial, mas o movimento que prejudica algumas atividades de transporte não afeta as exportações, uma vez que os portos contam com estoques.
Ao envolver centros coletores não portuários, o protesto do grêmio Urgara –que reúne técnicos que analisam grãos armazenados em estoques e carregados em navios– reduziu o número de caminhões que levam grãos aos terminais fluviais e marítimos da Argentina, um dos maiores exportadores mundiais de alimentos.
No entanto, as agroexportadoras com fábricas nos portos do país têm reservas de grãos para operar por dias sem a chegada de novas mercadorias.
“Nos portos está tudo tranquilo, não há impacto da medida”, disse à Reuters Guillermo Wade, gerente da Câmara de Atividades Portuárias e Marítimas (CAPyM).
De acordo com a empresa de logística de cargas Agroentregas, 1.669 caminhões chegaram aos diferentes portos de grãos do país na segunda-feira, ante 2.201 registrados na sexta-feira (18).
“Há um forte cumprimento (da greve) nas importantes áreas dos armazéns de grãos. Continuaremos com a medida se não tivermos uma resposta”, disse Juan Carlos Peralta, secretário de imprensa de Urgara.
Os sindicalistas farão na tarde de segunda-feira uma reunião para decidir se continuam ou não com a greve.
As medidas de Urgara às vezes causam interrupções no comércio internacional para a Argentina, o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja.
No momento, o protesto ocorre em um momento de baixas exportações agrícolas, já que a safra de trigo terminou em janeiro e as colheitas de soja e milho ainda vão demorar mais um tempo.