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    Em TV, Rubiales nega beijo forçado em jogadora espanhola: “um selinho”

    Jenni Hermoso negou a versão e diz que recebeu ameaças

    Thomas Schlachterda CNN

    O ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, negou ter agredido sexualmente a jogadora da Seleção Feminina, Jenni Hermoso, com um beijo indesejado após a vitória na Copa do Mundo no ano passado. Ele sugeriu que ele só está sendo questionado “porque é homem”.

    Em entrevista à televisão espanhola transmitida na quarta-feira (3), Luis Rubiales também afirmou que Hermoso consentiu no beijo durante a cerimônia de medalha, que foi televisionada para todo o mundo e ofuscou a histórica primeira vitória da Espanha na Copa do Mundo Feminina.

    De acordo com uma acusação, em apuração da CNN, os promotores espanhóis querem uma sentença de dois anos e meio de prisão para Rubiales depois de acusá-lo formalmente de agressão sexual por beijar Hermoso “sem [seu] consentimento ou aceitação”. Ele nega a acusação. “Para mim não existe crime”, disse Rubiales ao canal de TV La Sexta. “Essa é a minha opinião, a minha humilde opinião, que também vivi”.

    Rubiales, que já se desculpou pelo beijo, disse que não havia nada de sexual em suas ações e alegou que havia pedido consentimento a Hermoso, ao que ela supostamente respondeu “vale” – o equivalente, em espanhol, para “OK”. “Vale então, a gente deu um selinho… essa é a minha versão”, disse ele. “Quem vê as imagens, de verdade, não consigo entender como alguém pode pensar que isso é agressão sexual”.

    Rubiales disse que está sendo questionado sobre o incidente porque é homem. “Qualquer pessoa pode ser questionada, até você, qualquer pessoa… o que vocês (mídia) querem fazer é restringir a liberdade de pensamento… muitos meios de comunicação querem restringir a liberdade de pensamento”, afirmou.

    A CNN entrou em contato com Hermoso e a Federação Espanhola para comentar. Hermoso já havia dito que não consentiu e não foi respeitada por Rubiales. “Tive que arcar com as consequências de um ato que não provoquei, que não escolhi nem premeditei”, disse ela à GQ Espanha em entrevista em novembro passado. “Recebi ameaças e isso é algo com o qual você nunca se acostumará.”

    Rubiales deixou seu cargo na Federação em setembro passado, após uma intensa reação pública por causa do beijo, e foi banido de todas as atividades relacionadas ao futebol por três anos pela FIFA, o órgão regulador mundial do esporte.

    Nesta quarta-feira (3), Rubiales foi detido para interrogatório depois de chegar a Madrid vindo de um voo internacional, de acordo com a Guarda Civil espanhola, no que vários relatos da comunicação social sugeriram ser parte de uma investigação de corrupção em curso relacionada com o seu mandato como presidente na Federação Espanhola.

    Um porta-voz da Guarda Civil confirmou à CNN que Rubiales foi interrogado sobre uma investigação diferente da acusação de agressão sexual, mas não deu mais detalhes devido a uma decisão do Tribunal. Rubiales foi liberado posteriormente, disse a polícia civil espanhola.

     

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