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    Eleições 2022

    Aliados de Garcia pregam descolamento de Doria após pesquisa

    Segundo interlocutores, o vice-governador não pretende abandonar Doria, mas tentará mostrar que seu estilo é distinto do atual governador

    Caio Junqueira

    Os dados da pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (18) reforçaram a aliados do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), dois movimentos: a ideia de que se apresentar como candidato independente do atual governador, João Doria (PSDB); e a de que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, é o adversário a ser batido para que ele possa avançar ao segundo turno.

    Segundo interlocutores, o vice-governador não pretende abandonar Doria, mas, a partir do momento em que assumir o governo, tentará mostrar que seu estilo é distinto do atual governador. Por exemplo, mais conciliador e menos afeito ao marketing político.

    A ideia é fazer com que suba nas pesquisas tentando se aproximar da aprovação do governo (em volta de 40% de ótimo e bom) e fugindo da rejeição pessoal de Doria (também na faixa de 40%). Também pretende explorar que sua carreira política começou muito antes de Doria entrar na política, ao contrário dos seus adversários que têm padrinhos (Fernando Haddad x Lula e Tarcísio x Jair Bolsonaro).

    A própria escolha da vice entra nesta estratégia. A busca é por um perfil que seja discreto e não tenha relação direta com o atual governo paulista. Esse assunto, inclusive, seria debatido na noite desta sexta-feira no Palácio dos Bandeirantes entre Garcia e lideranças do União Brasil, que, junto com MDB, indicará os principais cargos da chapa: a vice e a candidatura ao Senado.

    O MDB já tem pelo menos cinco nomes: os prefeitos de Jaguariúna, Gustavo Reis, e Itapetininga, Simone Marquetto, além dos secretários municipais de São Paulo Edson Aparecido (que deixaria o PSDB) e Aline Torres. Nos últimos dias, um novo movimento começou a surgir: tornar Henrique Meirelles, secretário de Fazenda do estado, em seu vice. Sua assessoria, porém, nega que esse movimento ocorrerá.

    A ampla aliança em formação, inclusive com partidos que estão na base aliada de Jair Bolsonaro, como o PP, são umas das principais apostas também de Garcia para melhorar seus índices nas pesquisas. Ele também conta com o apoio de mais de 500 dos 645 prefeitos do estado e, claro, com o fato de ser um candidato estando no cargo.

    Garcia assume o Palácio dos Bandeirantes no dia 2 de abril, com a saída de João Doria para a disputa nacional.
    Ao mesmo tempo que buscará se descolar de Doria, Garcia tentará vincular Bolsonaro a Tarcísio, considerado seu principal adversário no primeiro turno. A ideia é fazer com que a rejeição de Bolsonaro, maior do que a de Doria no estado, cole no ministro.

    Garcia, inclusive, já mapeou as concessões feitas durante sua gestão em São Paulo para confrontar uma das bandeiras que Tarcísio trará para a disputa eleitoral: as concessões realizadas em nível federal. No mapa de Garcia, desde janeiro de 2019 foram mais de 12 concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs), totalizando R$ 45 bilhões em investimentos. Em todo o país, o Ministério da Infraestrutura aponta que desde 2019 foram mais de R$ 89 bilhões em investimentos. Mas grande parte fora do estado de São Paulo.

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