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    Cemaden enviou alerta dois dias antes da tragédia de Petrópolis, diz diretor

    Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais avisou sobre a possibilidade de "evento meteorológico muito intenso" na região

    Ludmila CandalVinícius Tadeuda CNN

    Dois dias antes das fortes chuvas que atingiram Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, causando a morte de mais de 120 pessoas e destruindo grande parte da cidade, um alerta de “evento meteorológico muito intenso” foi emitido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). 

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (18), o diretor do órgão, Osvaldo Moraes, afirmou que o aviso foi enviado ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) que, por sua vez, alertou a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, que é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

    “O Cemaden emite o alerta para a Defesa Civil nacional, que então faz a comunicação com as Defesas Civis estaduais e municipais”, explicou Moraes.

    O especialista também esclareceu que “não foi possível, assim como não seria possível, detectar o momento exato que o evento iria acontecer e nem a localização desse evento”. No entanto, segundo ele, “nem os países mais adiantados do mundo em monitoramento e pesquisa teriam feito a previsão desse evento com a certeza de detalhamento necessária para evitar essa tragédia”.

    De acordo com Moraes, a tragédia de Petrópolis aconteceu em decorrência de dois fatores: ameaça da natureza e ameaça social. Ele considera que embora o país tenha avançado consideravelmente nas condições de monitoramento de eventos meteorológicos, a vulnerabilidade e exposição de pessoas às áreas de risco ainda é intensa.

    “Temos hoje no Brasil mais de 30 mil áreas de risco com mais de 10 milhões de pessoas, geralmente de alta vulnerabilidade social, que estão expostas. Precisamos considerar isso para nos prepararmos para eventos como os de Petrópolis”, avaliou.

    O especialista alertou para a falta de políticas públicas adequadas em relação ao planejamento urbano, uso do solo, locação de moradias e ocupação urbana para que as pessoas não se instalem em áreas de risco. “A tragédia é uma combinação de diversos fatores.”

    Moraes ainda chamou atenção para o fato de que “toda a região serrana do Rio de Janeiro continua exposta aos exames meteorológicos extremos”. Segundo ele, a previsão para este final de semana continua sendo de fortes chuvas na região.

    “Os alertas estão abertos e continuam no mesmo nível de intensidade. É preciso prestar atenção para essa condição”, alertou.

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