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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Moro já planeja batalha no TSE para salvar mandato

    Embora processo deva chegar ao TSE com Moraes na presidência da corte, será sob Carmen Lucia que ele deve ser julgado

    Interlocutores do senador Sergio Moro relataram à CNN que já vem sendo feito um mapeamento de todas as variáveis envolvendo o julgamento da cassação do mandato no Tribunal Superior Eleitoral.

    Isso antes mesmo da conclusão do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que continua na tarde dessa quarta (3) em Curitiba.

    A leitura feita no entorno de Moro é de que o voto favorável do relator no início do julgamento no TRE deu expectativa de vitória na corte até mesmo com um placar mais elástico do que o que se previa inicialmente.

    O placar elástico é, nesse sentido, a primeira grande variável a ser colocada na conta no mapeamento que vem sendo feito. Pretende-se que uma diferença maior de votos possa ser um significativo ativo para a fase final do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral.

    Nesse sentido, o placar de 5 x 2 hoje é tratado como o grande objetivo do senador, que considera que os dois votos contrários a ele estão certos e devem vir dos advogados que foram nomeados neste ano pelo presidente Lula. Justamente por isso, pelos votos poderem vir dos indicados do petista, que se avalia que este placar chegaria bem no TSE.

    Por outro lado, há uma expectativa de que o voto favorável do relator na segunda-feira (1) influencie pelo menos outros três votos. Dentre eles o do presidente da corte, que já informou que votará no caso. Normalmente ele só votaria no caso de empate. Isso pode fazer com que a votação seja apenas concluída no dia 8.

    O senador, porém, sabe que uma vitória no TRE não significa uma vitória no TSE e já tem elencado com seus aliados as variáveis que devem ser consideradas para o julgamento em Brasília.

    A relação com o atual presidente da corte é uma delas. Ao contrário do deputado cassado Deltan Dallagnol, Moro tem boa relação com o ministro e há dúvidas no seu entorno até que ponto Moraes consideraria o desejo do governo federal de cassar Moro. Não se tem, assim, no entorno de Moro uma visão de que Moraes vai atrapalhar os planos do senador. Ele, ao contrário, chega a ser visto até como um ativo no embate no TSE. O ministro deixa a corte em 3 de junho.

    Outra variável é o papel dos ministros indicados por Jair Bolsonaro, André Mendonça e Kassio Nunes Marques. Ainda no entorno o de Moro, há dúvida sobre a eventua influência que os planos do ex-presidente Bolsonaro e do governador do Paraná, Ratinho Júnior, para a vaga de Moro, revelado segunda-feira pela CNN. Os sinais que chegaram até agora no entorno de Moro é de que, a respeito do acordo, não deve haver um trabalho político intenso de Bolsonaro para que Moro seja cassado.

    Em outra frente, é considerado um ponto-chave no TSE a posição do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele é visto como alguém próximo ao decano do STF Gilmar Mendes, um dos principais críticos de Moro e da Lava Jato.

    A data do julgamento no TSE é mais uma variável colocada nos prognósticos. Embora o processo deva chegar ao TSE ainda com Moraes presidente, será sob Carmen Lucia que ele deva ser julgado e cabe a ela pautar. A ministra foi considerada uma lavajatista na maior parte da operação e costuma ser refratária a influência da política no andamento da corte, o que poderia ajudar Moro.

    Por outro lado, há a leitura também de que ainda que ela venha a pautar, o processo pode ser alvo de um pedido de vistas que deixe Moro sob tutela do Judiciário.