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    Mortos em Petrópolis são vítimas da falta de política habitacional, diz especialista

    À CNN Rádio, a pesquisadora do LabCidade, Isadora Guerreiro, disse que problema é complexo e não envolve apenas provisão habitacional

    Amanda Garcia e Bel Camposda CNN , Rio de Janeiro

    Tragédias como a de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, que já superam cem mortos, são “situações  graves que não são de hoje que acontecem”, na avaliação da pesquisadora do LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito a Cidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), Isadora Guerreiro.

    “Todos os anos chega a época de chuva e essas tragédias acontecem. O problema habitacional é complexo e não envolve apenas provisão habitacional”, defendeu, em entrevista à CNN.

    Ela disse que as pessoas vítimas dos deslizamentos “antes são vítimas da falta de política habitacional”: “Todo mundo sabe que isso é um risco muito grande para a vida, mas não têm outra alternativa, não foi dada oportunidade de moradia.”

    A pesquisadora explicou que o Minha Casa Minha Vida forneceu mais de 5 milhões de unidades habitacionais, “mas o problema continuou”: “É preciso atingir faixas de renda de 0 a 2 salários-mínimos, que representam mais de 75% de déficit habitacional, que são as mais atingidas.”

    “É importante falar que esse tipo de tragédia não seria solucionado com regularização fundiária, que é uma medida jurídica”, completou.

    Segundo Isadora, essa regulação é feita “sem que antes aconteça a urbanização, que é, justamente, fazer obras de contenção, saneamento, esgoto, água, energia, asfalto, tudo de infraestrutura, transforma ocupações irregulares em bairros, isso que faz diferença na hora da tragédia.”

    A especialista defende uma maior fiscalização e, em especial, que os planos municipais de redução de riscos sejam trabalhados em conjuntos, com a política de moradia, ambiental e habitacional.

     

     

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