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    RJ: família consegue enterrar de novo mulher que teve corpo trocado em hospital

    Rosa Maria Marinho Medrado havia sido enterrada por outra família; exumação foi autorizada pela Justiça

    Isabelle Salemeda CNN

    Depois de dias de muita angústia, familiares conseguiram sepultar Rosa Maria Marinho Medrado, de 70 anos, na manhã deste domingo (31), no Cemitério Municipal de Nossa Senhora do Pilar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela teve o corpo trocado pelo de outra mulher com o mesmo nome em um hospital municipal e chegou a ser sepultada por outra família, por engano.

    O novo enterro só foi possível após, no sábado (30), a Justiça autorizar a exumação do corpo, que havia sido enterrado pela família de Rosa Maria da Conceição Eloi, de 44 anos, na quinta-feira (28), no Cemitério de Belford Roxo, também na Baixada.

    Por causa do avançado estado de decomposição, foi necessária a presença de um papiloscopista para fazer o reconhecimento de Medrado por meio das digitais.

    A confusão só foi descoberta depois que a família da idosa foi até a Unidade Pré-Hospitalar José Moreira da Silva e foi informada que o corpo de Medrado não estava mais lá. Ela morreu na quarta-feira (27), por complicações de um câncer.

    Já Eloi, morreu um dia antes, depois de sofrer problemas no coração e um choque séptico. O corpo foi reconhecido pelo marido e pelo filho na manhã de quinta. Contudo, os familiares não viram o corpo que estava no caixão, uma fez que ele ficou fechado durante a cerimônia fúnebre. Por conta de um possível erro do hospital, Rosa Maria Marinho foi enterrada no lugar de Eloi.

    “A minha mãe faleceu 1h20 da manhã. Eu cheguei no hospital por volta de duas horas e fui reconhecer o corpo da minha mãe, pedi pra ver o corpo da minha mãe. Quando eu entrei na sala, haviam dois corpos. Um na esquerda e um na direita. Minha mãe tava lá na esquerda. Eu reconheci o corpo da minha mãe e saí do hospital para resolver outras questões. Quando eu voltei, por volta de 11h da manhã, para fazer a liberação do corpo, o funcionário me disse que não tinha nenhum corpo lá”, explicou o filho de Rosa Medrado, Bruno Marinho.

    A família de Rosa Eloi deve sepultar o corpo correto nesta terça-feira (2), no Cemitério Solidão Belford Roxo.

    O caso está sendo investigado pela Delegacia de Campos Elísios (60ª DP). As duas famílias prestaram depoimento e alegaram que a unidade de saúde trocou os corpos. Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado como fato atípico. As investigações estão em andamento.

    As duas famílias pretende entrar na Justiça contra a prefeitura da cidade. “Alguém tem que pagar por isso, isso não pode mais acontecer com nenhum familiar. Uma dor que só nos sabemos…”, desabafou Bruno.

    A CNN entrou em contato com a Prefeitura de Caxias, que informou que a direção da unidade de saúde vem dando apoio psicológico às famílias envolvidas. Foi aberta uma sindicância interna para apurar todo o processo de liberação e identificação dos óbitos na unidade, para que, confirmada a ocorrência de eventuais falhas por parte dos seus funcionários, os mesmos sejam responsabilizados.

    “A Prefeitura de Duque de Caxias reafirma que não compactua com práticas e condutas irresponsáveis nas unidades de saúde da rede municipal e lamenta profundamente pelo ocorrido, especialmente em um momento tão sensível, de dor e tristeza para os familiares”, afirma a nota.

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