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    Estudo prevê bitcoin a US$ 94 mil neste ano; especialistas divergem sobre prazo

    Especialistas acreditam que a criptomoeda vai avançar, mas divergem sobre quanto tempo levará para esse patamar ser atingido

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* , São Paulo

    Um estudo feito pela plataforma de soluções de pagamentos Finder com 33 especialistas do setor de criptomoedas aponta que o bitcoin deve chegar a US$ 93,7 mil neste ano.

    Nesta terça-feira (22), a moeda era negociada por menos de US$ 37.000  à medida que as tensões entre a Rússia e a Ucrânia aumentam e os investidores evitam ativos mais arriscados.

    Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business acreditam que valor da criptomoeda vai avançar, mas divergem sobre quanto tempo levará para esse patamar ser atingido.

    Mayra Siqueira, gerente-geral da Binance no Brasil, diz que US$ 93,7 mil é “pouco para o potencial que o bitcoin pode chegar”, mas que talvez isso não aconteça em 2022.

    Ela afirma que além da volatilidade causada por eventos do setor cripto, como adoção por parte de grandes empresas e o surgimento de novas regulações ou sanções, o mercado tem sido impactado pela Covid-19.

    Porém, Siqueira diz que a inovação da indústria de criptomoedas caminha “a passos largos”, fomentando o mercado e ampliando a abertura do setor para o varejo.

    Ela cita o caso de El Salvador, o primeiro país a utilizar o bitcoin como moeda oficial. “Também vemos a prefeitura de Miami amadurecendo bastante essas discussões. Inclusive o Rio de Janeiro, que anunciou o lançamento da Crypto Rio e de iniciativas como o Porto Maravalley, que certamente ajudarão a fortalecer o ecossistema cripto no Brasil”.

    Tatiana Revoredo, professora do Insper, afirma que, no longo prazo, o ativo digital deve seguir uma tendência de crescimento, impulsionado principalmente pelo aumento espontâneo de investidores.

    Segundo um levantamento da Hashdex, o número de investidores brasileiros no mercado cripto cresceu 1.266% no último ano. Em 2020, foram registrados 30 mil investidores, enquanto em 2021 foram 410 mil.

    Revoredo diz ainda que grandes empresas, como Nike, buscando maneiras de rentabilizar seus produtos no metaverso, o crescimento do uso de criptomoedas em jogos, o aumento da procura por terrenos virtuais e os NFTs têm feito a popularidade da criptomoeda crescer.

    Para João Canhada, CEO da Foxbit, o bitcoin pode ultrapassar os US$ 93,7 mil nos próximos cinco anos e continua sendo “um ótimo meio de compra no longo prazo”.

    Ele diz que a taxa de hashes do bitcoin (poder computacional usado para minerar) registrou aumento, o que representa uma melhora na infraestrutura da rede bitcoin.

     

    Para o fundador do Finder, Fred Schebesta, “as criptomoedas estão se provando uma forte concorrência para a infraestrutura financeira tradicional, comprovando uma capacidade de entrega confiável. E não existe nenhum sinal de desaceleração no mercado de DeFi (finanças descentralizadas)”.

    Henrique Teixeira, country manager do BitcoinTrade, por outro lado, acredita que a criptomoeda deve flutuar entre US$ 30 mil e US$ 60 mil na maior parte dos meses em 2022, “muito por conta do inverno cripto”. O termo define um período de esfriamento do mercado de criptomoedas, com ativos em queda.

    “Caso esse período dure mais tempo do que o previsto e se estenda além de 2022, o risco do bitcoin não atingir os US$ 93 mil é considerável”, afirma. O mercado espera que o halving, queima de criptomoedas dentro de cada bloco, que acontece a cada quatro anos, encerre o período de inverno.

    Para Teixeira, outras pedras no caminho também estão no horizonte de ascensão do bitcoin: pandemia e taxa de juros.

    Os governos têm subido as taxas de juros, no mundo todo, para combater a inflação. “Com uma taxa básica de juros maior, o mercado de renda fixa irá capturar volumes que hoje estão na renda variável, fazendo com que as bolsas e ativos digitais caiam e este capital migre para investimentos de menor risco.”

    O movimento regulatório pelos países também é algo que assusta o setor. Apesar de não ser um ponto culminante para o bitcoin agora, Alex Buelau, diretor de tecnologia da fintech Parfin, diz que as novidades regulatórias podem tanto ajudar os criptoativos quanto derrubá-los.

    Histórico do bitcoin

    Entre 2012 e 2016, o bitcoin saiu de US$ 5 para cerca de US$ 800. No entanto, foi apenas em 2017 que a criptomoeda alcançou os US$ 1.000

    Caio Villa, diretor de investimentos da Uniera, diz que naquele ano começaram a ser utilizados os contratos inteligentes em algumas blockchain, tais como o ethereum, e acabou impactando o bitcoin, que disparou.

    Outro movimento forte protagonizado pela moeda digital foi entre 12 de março de 2020 e 13 de abril de 2021. À época, a criptomoeda também apresentou ganhos de mais de 1.200%.

    Até o momento, o bitcoin nunca ultrapassou os US$ 67.529,90. O patamar foi alcançado em 8 de novembro de 2021. “O recorde ocorreu porque houve uma forte entrada de novos investidores no setor”, explica o diretor de investimentos da Uniera.

    “E, normalmente, nesses grandes picos, há uma correção, pois a mesma pessoa que entra pensando que o preço vai subir em um período curto de tempo, quando vê uma pequena queda, acha que o ativo vai virar pó, e acaba vendendo em prejuízo”.

    Veja como foi o desempenho do bitcoin nos últimos 10 anos:

    *Com informações de João Pedro Malar, do CNN Brasil Business

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