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    Dirigente do Fed reitera defesa por alta de juros mais rápida nos EUA

    Para ele, esse processo pode ocorrer de maneira "organizada", sem provocar turbulências nos mercados

    André Marinho, do Estadão Conteúdo

    O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em St. Louis, James Bullard, afirmou, nesta segunda-feira (14) que a credibilidade da autoridade monetária está em jogo, em meio à escalada da inflação nos Estados Unidos.

    Em entrevista à CNBC, o dirigente afirmou que cabe ao presidente da instituição, Jerome Powell, decidir o cronograma de alta de juros, mas repetiu que defende aumento em 100 pontos-base na taxa básica até 1º de julho.

    Para ele, esse processo pode ocorrer de maneira “organizada”, sem provocar turbulências nos mercados.

    Bullard, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) este ano, já havia argumentado em favor de uma normalização mais agressiva na última quinta-feira (10).

    Nesta segunda-feira, ele afirmou que o argumento é “bom” e que tentará convencer o restante do Comitê a segui-lo.

    O dirigente acrescentou que o conjunto das quatro leituras mais recentes de inflação ao consumidor nos EUA o levou a revisar suas expectativas para a política monetária.

    De acordo com ele, o Fed precisa garantir ao público que retomará o controle do quadro inflacionário e que está comprometido com a meta de 2%.

    Bullard ainda disse que a redução do balanço de ativos deveria começar no segundo trimestre e que, apesar disso, o Fed não estaria impondo uma política “restritiva”, apenas retirando o elevado nível de acomodação monetária.

    PIB

    O presidente da distrital do Federal Reserve em St. Louis destacou ainda que projeta crescimento “entre 3,5% e 4%” no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 2022, com queda da taxa de desemprego a “menos de 3%”.

    As previsões foram feitas também em entrevista à CNBC.

    Bullard afirmou que a maior economia do planeta deve se beneficiar do arrefecimento da onda da variante Ômicron do coronavírus já a partir do segundo trimestre.

    Na visão dele, as avaliações financeiras das empresas americanas estão “fortes” e devem seguir assim ao longo deste ano.

    O dirigente também minimizou o impacto das tensões geopolíticas na economia dos EUA.

    Para ele, os riscos são maiores para a Europa. “Não vejo Ucrânia como grande questão macroeconômico neste momento”, comentou.

    Bullard disse ainda que tem tentando convencer o FOMC a retirar estímulos de maneira mais rápida. Para ele, a alta de juros e a redução do balanço de ativos iniciais serão “baratas”, por causa da solidez da economia.

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