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    Com medo, família de Moïse desiste de assumir quiosques na Barra da Tijuca

    Prefeitura do Rio diz que pode conceder outra unidade para familiares do congolês

    Projeto de como ficará o quiosque entregue à família de Moïse Kabagambe; família do congolês desistiu da administração do local
    Projeto de como ficará o quiosque entregue à família de Moïse Kabagambe; família do congolês desistiu da administração do local Prefeitura Rio de Janeiro

    Leandro Resendeda CNN no Rio de Janeiro

    A família do congolês Moïse Kabagambe, morto após ser espancado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, desistiu de assumir os quiosques Biruta e Tropicália, onde ocorreram as agressões e vai desistir da concessão.

    A informação foi dada à CNN pelo procurador da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego, que está assistindo os familiares do refugiado.

    Segundo Mondego, a desistência foi provocada pelo medo de a família sofrer represálias. A concessão foi formalizada nesta segunda-feira (7) em uma cerimônia com a presença do prefeito Eduardo Paes.

    O projeto previa a transformação do espaço em um memorial e ponto de transmissão da cultura de países do continente africano.

    No entanto, a família de Moïse não se sentiu segura para levar o espaço adiante. Primeiro, de acordo com o procurador da OAB, pelo fato de um policial militar, que administra um dos quiosques, ter avisado que não deixaria o local.

    “A família acreditava que ia entrar no quiosque de forma pacífica. Ainda no meio de tudo o que aconteceu, não dá para eles entrarem no meio de um conflito que não é o deles”, declarou Rodrigo Mondego.

    O secretário de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo Carvalho, afirmou que a prefeitura ainda não foi informada oficialmente da desistência da família, mas disse que não vê impedimento para que outro quiosque seja concedido para os parentes de Moïse.

    “Estamos à disposição para ajudar no que for preciso e encontrar uma solução melhor”, afirmou o secretário.

    Faixa com a foto de Moïse Kabagambe foi presa ao quiosque onde o rapaz foi assassinado / Foto: Isabelle Saleme/CNN