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    Rússia inicia exercícios militares em Belarus em meio à tensão sobre Ucrânia

    Reino Unido lançou uma nova ofensiva diplomática sobre o impasse, alertando Moscou de que entrar em guerra com sua vizinha seria desastroso

    Tom Balmforthda Reuters

    A Rússia iniciou a fase ativa de exercícios militares em Belarus nesta quinta-feira, quando o Reino Unido lançou uma nova ofensiva diplomática sobre o impasse envolvendo a Ucrânia, alertando Moscou de que entrar em guerra com sua vizinha seria desastroso para Rússia, Ucrânia e Europa.

    Autoridades dos Estados Unidos têm alertado que a Rússia pode atacar a Ucrânia depois de reunir tropas perto de suas fronteiras e acusaram Moscou de aumentar ainda mais as tensões ao realizar exercícios militares conjuntos em Belarus com o que a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) diz ser o maior envio da Rússia ao país desde a Guerra Fria.

    A Rússia nega planejar um ataque e diz que tem o direito de mover suas tropas como achar melhor em seu próprio território e no de seus aliados com a concordância deles. Afirma ainda que seus exercícios militares são de natureza defensiva.

    O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse na semana passada que a Rússia deve ter 30.000 soldados em Belarus, bem como forças de operações especiais Spetsnaz, caças SU-35, sistemas de defesa aérea S-400 e mísseis Iskander com capacidade nuclear.

    Espelhando os exercícios militares em Belarus, a Ucrânia lançou seus próprios jogos de guerra nesta quinta-feira que, como os exercícios Allied Resolve da Rússia, serão executados até 20 de fevereiro.

    As forças ucranianas, cujos números não foram divulgados, devem usar drones Bayraktar e mísseis antitanque Javelin e NLAW fornecidos por parceiros estrangeiros. Kiev receberia mais um carregamento de ajuda militar dos EUA ainda nesta quinta-feira.

    Em conversas em Moscou com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, alertou Moscou contra um ataque à Ucrânia.

    “Fundamentalmente, uma guerra na Ucrânia seria desastrosa para o povo russo e ucraniano e para a segurança europeia e, em conjunto, a Otan deixou claro que qualquer incursão na Ucrânia teria consequências enormes e custos severos”, afirmou ela.

    Lavrov disse que Moscou está aberta a melhorar as turbulentas relações entre o Reino Unido e a Rússia.

    “É claro que só podemos normalizar as relações por meio de diálogos mutuamente respeitosos… Abordagens ideológicas, ultimatos, ameaças, palestras sobre moralidade são um caminho para lugar nenhum”, declarou ele.

    O Reino Unido também esperava usar uma visita à sede da Otan pelo primeiro-ministro Boris Johnson para ressaltar a solidariedade europeia, enquanto Moscou busca garantias de que a Ucrânia, uma ex-República soviética, nunca será autorizada a ingressar na Otan.

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