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    Encontro com Pacheco encerra agenda de Macron no Brasil; veja detalhes da viagem

    Encontro durou cerca de 40 minutos e contou com a presença de parlamentares

    Mayara da Pazda CNN , Brasília

    O presidente da França, Emmanuel Macron, se reuniu, na tarde desta quinta-feira (28), com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O encontro marcou o encerramento da agenda do francês pelo Brasil. Antes de visitar Brasília, Macron esteve no Pará, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

    Pacheco recebeu o presidente francês no Museu do Senado. O encontro durou cerca de 40 minutos e contou com a presença de parlamentares.

    Entre eles, o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), também participou.

    Em uma fala aberta à imprensa, o presidente francês exaltou a democracia brasileira, que classificou como “muito viva”.

    “A democracia brasileira é muito viva. O que aconteceu nos últimos anos, tudo o que tem sido feito, tem sido para nós uma fonte de inspiração, vendo a capacidade de resistência que vocês têm aqui”, disse.

    Antes de se reunir com o presidente do Senado, Macron passou o dia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois se reuniram no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República. Almoçaram no Palácio do Itamaraty.

    Encontro com Lula

    Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva / Ricardo Stuckert/PR

    Macron foi recepcionado por Lula com uma cerimônia oficial no Palácio do Planalto. Assinaram mais de 20 acordos de cooperação entre Brasil e França, em áreas como meio ambiente, inteligência artificial, direitos humanos e igualdade de gênero.

    Durante a agenda bilateral, os dois discutiram assuntos como o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

    Em declaração à imprensa, o petista disse que a agenda do francês no Brasil serviu para mostrar que o compromisso do país com o meio ambiente “não é retórico”.

    “O presidente Macron pôde constatar pessoalmente que o nosso compromisso com o meio ambiente não é retórico. No último ano reduzimos o desmatamento ilegal na Amazônia em 50%, e vamos zerá-lo até 2030”, afirmou.

    Lula ainda disse que os dois países estão “decididos a trabalhar juntos para promover, pelo debate democrático, uma visão compartilhada de mundo”.

    “Uma visão fundamentada na prioridade da produção sobre a finança improdutiva, da solidariedade sobre o egoísmo, da democracia sobre o totalitarismo, da sustentabilidade sobre a exploração predatória”, disse.

    Já Macron afirmou que há uma “amizade recíproca” entre Brasil e França. Ele citou os atos golpistas de 8 de janeiro e disse que a Praça dos Três Poderes – local onde estão localizados o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional – foi maltratada por inimigos da democracia.

    “Toda minha comitiva e eu, pessoalmente, nos sentimos imensamente honrados de estarmos hoje aqui ao seu lado, hoje, aqui, neste lugar, nesta Praça dos Três Poderes, que foi atacada, destruída praticamente, ou, pelo menos, bastante maltratada pelos inimigos da democracia. A maneira com que [Lula] conseguiu reconstituir os equilíbrios da democracia e levar a cabo esse debate internacional significa muitíssimo para nós”, declarou.

    Passagem pelo Brasil

    A visita de Emmanuel Macron ao Brasil encerra um hiato de oito anos em que um presidente francês não cumpria agenda em território brasileiro. A última vez em que um presidente da França esteve no Brasil foi em 2016, quando François Hollande participou da abertura da Olimpíada do Rio.

    No primeiro dia de agenda, na terça (26), Macron esteve na Amazônia com Lula. Lá, os dois anunciaram num programa que pretende investir 1 bilhão de euros na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul.

    O investimento será realizado nos próximos quatro anos e terá colaboração entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento. Além disso, há a previsão de investimento privado no projeto.

    Macron também esteve em Belém (PA), que irá sediar a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP 30. No estado, o francês recebeu presentes do governador do Pará, Helder Barbalho.

    Na quarta (27), Macron passou por Itaguaí (RJ), também acompanhado por Lula. No local, a Marinha do Brasil deu início às operações do submarino Tonelero (S42), que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), desenvolvido em parceria com a França. O plano conta com um orçamento de aproximadamente R$ 40 bilhões.

    Ainda na quarta, o presidente da França foi a São Paulo para um encontro com investidores brasileiros.

    Retorno ao Brasil

    Emmanuel Macron deve voltar ao Brasil em novembro deste ano, para participar das reuniões da Cúpula do G20, a ser realizada no Rio de Janeiro, e da Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada em Belém em 2025.

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