ONGs pedem à UE que impeça Polônia de construir muro na fronteira com Belarus
As organizações de 25 países argumentam que o projeto dividirá os habitats dos animais e interromperá a conectividade ecológica
Mais de 150 organizações não governamentais estão pedindo à Comissão Europeia que intervenha para interromper a construção de um muro na fronteira entre a Polônia e Belarus, que atravessa áreas protegidas, incluindo uma das últimas florestas primitivas da Europa.
A Polônia começou a construir uma barreira de metal de 186 quilômetros em janeiro para deter os imigrantes depois que quase 40.000 pessoas do Oriente Médio, Afeganistão e África tentaram atravessar Belarus no ano passado.
A barreira passará por várias áreas protegidas Natura 2000, incluindo a Floresta Bialowieza, um Patrimônio Natural Mundial da Unesco e lar do bisão europeu, lince e outras espécies ameaçadas de extinção.
As organizações de 25 países argumentam que o projeto dividirá os habitats dos animais e interromperá a conectividade ecológica.
“Nós nos opomos à construção desse muro horrível, que será ineficaz para interromper a crise migratória e arriscar o colapso de espécies protegidas como o lince”, disse Augustyn Mikos, do Association Workshop for All Beings.
“Pedimos à Comissão Europeia, que é a guardiã dos Tratados e Leis da UE, que tome medidas urgentes para acabar com essa barreira que vai contra todos os princípios europeus de direitos humanos e viola a lei da UE sobre a natureza”.
O apelo será entregue na terça-feira (8) a um representante do executivo da UE em Varsóvia, juntamente com uma carta assinada por mais de 1.500 acadêmicos e uma petição da comunidade local que se opõe ao muro.
As organizações dizem que a decisão de construir a barreira foi tomada sem consultas públicas ou avaliação de impacto ambiental.
O governo da Polônia disse que a lei sobre o muro da fronteira não exigia tal avaliação e que mais de 20 passagens de animais seriam construídas para limitar seu impacto sobre a vida selvagem.
A UNESCO, a Comissão Europeia e ambientalistas pediram em janeiro uma avaliação adequada do impacto ambiental da construção.