Espanha 3 x 3 Brasil: O espírito de Seleção está de volta
Saldo positivo nos dois primeiros jogos sob o comando de Dorival Júnior
Uma das promessas de Dorival Júnior ao assumir como técnico foi promover a reconciliação entre a Seleção Brasileira e a torcida. Dois grandes passos foram dados logo de cara. Na vitória sobre a Inglaterra e no empate por 3 a 3 com a Espanha, foi possível ver em campo o que se convencionou chamar de “espírito de Seleção”.
O jogo com os espanhóis foi amistoso apenas no nome. Teve uma arbitragem caseira, com o árbitro português António Nobre inventando dois pênaltis para os vizinhos de Península Ibérica. Além de muito empurra-empurra, provocação e jogadas ríspidas.
Mas também houve bom futebol.
Destaques para o talento do atacante espanhol Lamine Yamal, que levou pânico à defesa brasileira, e aos golaços marcados por Dani Olmo, para a Espanha, e Rodrygo e Endrick para o Brasil. Detalhe: Yamal ainda não completou 17 anos, idade de Endrick.
A base vem forte, lá como cá!
Em termos de desempenho, o Brasil foi melhor contra a Inglaterra. Na primeira etapa do jogo em Madri, a Espanha dominou a partida. O Brasil praticamente ficou assistindo ao toque de bola dos espanhóis, comandado pelo craque Rodri, do Manchester City.
Na etapa final, mais pegador no meio-campo, com as entradas de Andreas Pereira e André, o Brasil foi mais competitivo, embora repetisse erros de posicionamento e cobertura entre meio e defesa. Situações comuns em um trabalho que está começando, mas que merecem atenção.
Individualmente, o grande destaque do Brasil foi o goleiro Bento, com defesas decisivas. Prova de que o time espanhol foi mais perigoso, com sete finalizações a mais. Vinícius Júnior, Rodrygo, Bruno Guimarães e Paquetá não estiveram bem. O talentoso e promissor zagueiro Beraldo fez um jogo abaixo de sua média, tendo sido facilmente driblado por Olmo no segundo gol espanhol. Raphinha, novamente, não justificou a condição de titular.
Endrick confirmou que é iluminado. Fez o segundo gol brasileiro no primeiro toque na bola. Merece mais a vaga de titular do que Raphinha, mas escapou de ser expulso por ter chutado sem bola o lateral espanhol Cucurella.
O garoto está pedindo passagem, Dorival!
O que era cobrado há muito tempo, testes contra as equipes mais fortes da Europa, foi feito. O resultado ficou acima do esperado para um trabalho novo, uma correção de rota em busca da classificação para a Copa do Mundo de 2026.
Vem aí a Copa América, nos Estados Unidos, um período para mais treinamentos, sequência de jogos e consolidação de ideias. O Brasil estreia contra a Costa Rica, em 24 de junho. Antes, fará amistosos contra México e Estados Unidos.
Mas o resgate da vontade em jogar pela seleção apresentado nas duas partidas está reverberando na vontade da torcida em ver a seleção. É esse o espírito.