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    Senado aprova realização de diligências no Rio para acompanhar caso Moïse

    Requerimento de Humberto Costa também pede que se "promova um debate acerca da situação dos refugiados no Brasil"

    Gabrielle VarelaGiovanna Galvanida CNN , em Brasília e São Paulo

    A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou, nesta segunda-feira (7), um requerimento para a realização de diligência externa no Rio de Janeiro a fim de se acompanhar o caso de Moïse Kabagambe, jovem congolês assassinado na capital fluminense no dia 24 de janeiro.

    O requerimento, de autoria do senador Humberto Costa (PT-SE), aponta como “imprescindível” a Comissão “acompanhe as investigações deste homicídio, ouça os envolvidos e, principalmente, promova um debate acerca da situação dos refugiados no Brasil”.

    O senador aponta que, segundo a Convenção das Nações Unidades de 1951, da qual o Brasil é signatário, é necessário garantir que as pessoas em condição de refúgio “tenham acesso aos direitos trabalhistas assim como os brasileiros”.

    “Este ato brutal é um flagrante caso de violação do direito à vida e à dignidade humana, mais um caso inaceitável de racismo estrutural e de xenofobia: trata-se de uma chocante normalização de atos contra a vida da pessoa negra e de tortura em praça pública”, afirma o texto.

    Esta não é a única solicitação vinda do Congresso sobre o caso de Moïse, que repercutiu em todo o mundo. Ao menos quatro pedidos vindos do Legislativo em Brasília foram apresentados.

    No Senado, a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados (CCMIR) fez requerimentos para o comparecimento de representantes do Ministério da Justiça, da Embaixada do Congo, da OAB-RJ e do Comitê Nacional para Refugiados.

    Uma solicitação de acompanhamento das investigações também foi feita na Câmara dos Deputados, e a Comissão de Direitos Humanos da casa quer se reunir com os familiares de Moïse e representantes do governo do estado, prefeitura e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

    A Comissão Mista de Migração e Refugiados da Câmara acionou o Ministério Público Federal (MPF) pedindo a elucidação do crime e a garantia dos direitos dos imigrantes e refugiados no país.

    O caso

    O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, morreu após uma sequência de agressões ocorridas depois de ter cobrado o pagamento de duas diárias atrasadas no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, local onde trabalhou, de acordo com a família.

    O caso de Moïse Kabagambe está sob investigação na Delegacia de Homicídios da cidade do Rio de Janeiro.

    Três pessoas foram presas até o momento: Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”; Brendon Alexander Luz da Silva, o “Totta”; e Fábio Pirineus da Silva, o “Belo”, acusados de participarem do espancamento do jovem.

    CNN teve acesso a todas as imagens do circuito interno do quiosque e decidiu exibir os trechos que mostram a emboscada a Moïse. As agressões não serão exibidas.

    A família do congolês chegou ao Brasil em 2014, todos na condição de refugiados políticos, para fugir da guerra e da fome. De acordo com a embaixada da República Democrática do Congo, em Brasília, Moïse é a quinta vítima assassinada no país desde 2019. De acordo com a representação diplomática, foram três mortes no Rio de Janeiro, uma em São Paulo e uma em Brasília.

    *Com informações de Nathalie Hanna Alpaca e Anelise Infante, da CNN

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