As dúvidas que começam a surgir na resolução do caso Marielle
Não haveria comprovação de pagamento ou de reuniões feitas, conforme apontam as investigações da PF
Conversando com uma pessoa ligada à polícia do Rio, não restaria dúvida: há realmente um misto de corrupção e incompetência em elementos da Segurança Pública fluminense. Especialmente na Delegacia de Homicídios.
Mas essa fonte afirma que, ao se ler o relatório da investigação sobre o caso Marielle, vê-se que não há fatos que corroborem a versão de Ronnie Lessa, assassino confesso, na participação de Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil na época do crime. Não haveria comprovação de pagamento ou de reuniões feitas. De encontros de Rivaldo com Ronnie, para definir a estratégia de ação. Do que foi feito e, intencionalmente, resultou num desvio da ação policial.
Reportagem da Folha de São Paulo desta terça-feira, 26, traz pontos de questionamento ao resultado da investigação feita pela Polícia Federal para chegar aos mandantes dos assassinatos da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes.
O principal deles, cita a reportagem, é que não existiria nenhum fato que comprove o envolvimento do delegado Rivaldo com o planejamento das mortes.
Essa fonte com quem conversei não apenas critica o fato de os policiais federais estarem considerando o depoimento de quem foi preso por Rivaldo, Ronnie Lessa, mas também a necessidade de um feito do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ainda sem ter solucionado o primeiro problema de sua curta gestão no ministério, a fuga dos dois criminosos do presídio de segurança máxima de Mossoró.
Os negócios do então chefe de polícia com empresas privadas, como a Light, são vedados por lei, e isso merece condenação. Mas resta a Polícia Federal explicar como vai comprovar — com fatos — a ligação de todos os citados na delação de Ronnie Lessa com o que realmente ocorreu.