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    PF dizia que investigação andava em círculos e não ia a lugar nenhum, diz Jungmann à CNN sobre Marielle

    Ex-ministro afirmou que os responsáveis pela intervenção federal que o estado vivia à época tinha a intenção de manter o governo distante do caso

    Douglas Portoda CNN , São Paulo

    O ex-ministro da Segurança Pública Raul Jungmann disse, nesta segunda-feira (25), em entrevista à CNN, que a Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro lhe relatava que as investigações da Polícia Civil do estado no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco não iam a lugar nenhum.

    Segundo o ex-ministro, os responsáveis pela intervenção que o estado vivia à época tinha a intenção de manter o governo federal distante do caso.

    Jungmann citou como exemplo a tentativa da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de federalizar o caso, medida que enfrentou resistência pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pela Polícia Civil.

    “Eu então pedia à Polícia Federal, que estava sob a minha coordenação, que eles colaborassem em tudo e com tudo para elucidação do crime que era a investigação feita pela Polícia Civil. Nunca nos deram atenção, nunca retornaram, nunca pediram adicionalmente com a imensa capacidade que tem a Polícia Federal”, disse Jungmann.

    “E também me chegavam informações que me reunia com a Polícia Federal do Rio de Janeiro, a Superintendência, que a investigação andava em círculos, que ela não estava indo a lugar nenhum”, prosseguiu.

    Prisão de suspeitos pelo caso

    Após o caso chegar no Supremo Tribunal Federal (STF) no começo do mês, a Polícia Federal prendeu no último domingo (24) três suspeitos de atuarem como mandantes dos assassinatos de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes.

    Entre os detidos estão: os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, além de Rivaldo Barbosa. A ação foi um desdobramento da Operação Murder Inc, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Também foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão.

    Rivaldo Barbosa foi nomeado chefe da Polícia Civil em 13 de março de 2018, um dia antes do assassinato de Marielle e Anderson. Quem convidou Barbosa ao cargo foi o general Walter Braga Netto, à época o responsável pela intervenção federal no estado do Rio e, posteriormente, ministro no governo de Jair Bolsonaro (PL).

    Chiquinho Brazão foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2018, pelo Avante. Em 2022, migrou para o União Brasil. Até fevereiro deste ano, Chiquinho também era secretário municipal de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio, mas pediu exoneração do cargo após quatro meses, depois do crescimento de rumores sobre sua participação na execução de Marielle.

    Seu irmão, Domingos Brazão, passou a ocupar o cargo no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro em 2015. Antes disso, no entanto, também atuou no Executivo, como deputado estadual. Ele trabalhou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) de 1999 até a entrada no TCE, 16 anos depois.

    Embora Domingos também tenha sido apontado na delação de Lessa, ele é investigado há mais tempo que o irmão. Ainda em 2019, um ano depois do assassinato, ele foi denunciado pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, como principal suspeito de ordenar a morte.

    Ele também foi delatado pelo ex-policial Élcio de Queiroz, mas sempre negou ter participado do crime ou sequer conhecido Marielle, Anderson, Lessa e o próprio Queiroz.

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