Principal subsistema do país deve registrar melhor cenário hídrico desde 2016
Reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste se beneficiam de chuvas acima da média
O volume hídrico dos reservatórios localizados no Sudeste/Centro-Oeste do Brasil deve ultrapassar os 58% da capacidade máxima até o final de fevereiro, segundo a projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgada nesta sexta-feira (4).
Com a recuperação das usinas neste mês, o subsistema pode registrar o melhor patamar desde abril de 2016, quando os níveis hídricos eram de 58,27%
.Dados compilados pela CNN mostram que o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por cerca de 70% da geração de energia do Brasil, atingiu seu pior momento em setembro de 2021, quando registrava apenas 16% da capacidade hídrica total. No período, o Brasil viveu a pior crise hídrica dos últimos 90 anos, segundo o ONS.
Os bons resultados do subsistema para a recuperação do subsistema estão relacionados ao aumento do volume de chuva. Há pelo menos cinco semanas consecutivas os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste são beneficiados por precipitações acima do normal.
Para fevereiro, a tendência é que a região registre um volume de chuvas 8% maior que a média histórica, segundo o operador nacional. Em valores absolutos, o subsistema deve ter 76.743 Megawatts de energia durante este período.
“A atuação de um sistema frontal sobre as regiões Sul e Sudeste ocasiona precipitação nas bacias destas regiões, sendo superior à média semanal nas bacias dos rios Grande, Paranaíba, no alto São Francisco e no alto Tocantins.
Em comparação com os valores estimados para a semana em curso, prevê-se para a próxima semana operativa ascensão nas afluências do subsistema Sudeste/Centro-Oeste”, destaca o ONS.
As precipitações acima da média também vão beneficiar todas as regiões do país, e não somente o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil.
O boletim mais recente do ONS mostra que o subsistema do Nordeste deve passar de 74% para 79,4% da capacidade total até o fim do mês. As regiões Norte e Sul permanecerão estáveis e devem atingir 70,3% e 34,7% em fevereiro, respectivamente.
A demanda por energia elétrica no Brasil se manteve estável, com aumento de apenas 1,2% em fevereiro de 2022, quando comparado com o mesmo mês do ano passado. Se por um lado, a retomada econômica no país, em função do melhor cenário epidemiológico, aumenta a carga energética demandada, por outro, as chuvas reduzem a utilização de luz. Isso porque, em temperaturas mais amenas, as pessoas costumam usar menos eletrodomésticos como o ar-condicionado.