Na ONU, Brasil lança ferramenta contra mudanças climáticas que será adotada por 70 países
Liderado pelo TCU, projeto reúne instituições superiores de controle internacionais que irão monitorar ações dos governos sobre o clima
Representantes de instituições superiores de controle de 70 países se reuniram nesta segunda-feira (25) na sede da ONU em Nova York para implementar uma ferramenta de monitoramento de ações governamentais sobre o clima.
A ideia é coletar e publicar informações sobre como os governos lidam com questões relacionadas ao meio-ambiente.
A plataforma, chamada Climate Scanner, foi idealizada pelo Tribunal de Contas da União do Brasil em 2022, quando o órgão começou a busca por parcerias.
Desde então, representantes de instituições superiores de controle têm dialogado para criar um mecanismo de trabalho e uma linguagem em comum, que possibilite a coleta e a divulgação dos dados de forma padronizada, igual para todos os países.
“O que nós queremos fazer enquanto instituições superiores de controle é mostrar que, para além do debate político sobre o combate às mudanças climáticas, há também um dever de casa técnico que precisa ser visto”, explica o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, que participou da reunião na sede da ONU.
“Essas medidas podem servir também para que a população cobre seus governos e, se for o caso, os aplauda, se a performance estiver sendo boa”, adicionou.
Dantas conta que, em 2022, apresentou a proposta do projeto ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e recebeu um retorno positivo. “Ele me disse que seria, sem dúvida alguma, a maior contribuição que instituições superiores de controle poderiam dar na defesa do planeta”, relatou.
Os resultados obtidos pelo Climate Scanner serão apresentados em novembro, durante a COP20, a conferência da ONU para o Clima, que neste ano acontece no Azerbaijão.