“Surpreendente, reação exagerada”: EUA lamentam cancelamento de reunião com Israel
Decisão acontece após aprovação de resolução exigindo cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU
Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (25) que estão muito decepcionados com o cancelamento da visita planejada de uma delegação israelense a Washington, depois que os EUA se abstiveram de uma votação da ONU exigindo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
“É decepcionante. Estamos muito desapontados por eles não virem a Washington para nos permitir ter uma conversa com eles sobre alternativas viáveis para eles entrarem em Rafah”, avaliou o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, a repórteres.
Kirby destacou que funcionários de alta patente do governo dos EUA ainda se encontrarão para conversas com o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, que está atualmente em Washington, sobre questões como reféns, ajuda humanitária e proteção de civis na cidade de Rafah, no sul de Gaza.
Ele enfatizou que a posição dos EUA não mudou, apesar da decisão de se abster na votação no Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o porta-voz, autoridades americanas poderiam continuar trazendo à tona as preocupações de Washington com as ações israelenses em Gaza como parte das discussões em andamento entre os dois governos.
“Nada mudou na nossa opinião de que uma grande ofensiva terrestre em Rafah seria um grande erro”, ressaltou.
Além dos comentários de Kirby, o Departamento de Estado dos EUA pontuou que a decisão de Israel foi “surpreendente e lamentável”.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, acrescentou que uma invasão em grande escala de Rafah, o último refúgio para cerca de metade da população de Gaza, seria um erro e enfraqueceria a segurança de Israel.
Dentro da Casa Branca, a medida foi vista como uma reação exagerada que muito provavelmente reflete as próprias preocupações políticas internas de Benjamin Netanyahu, segundo uma autoridade dos EUA.