Escolas estão preparadas para evitar surtos de Covid-19, diz pediatra
Vacinação ainda precisa avançar pelo país, mas escola é "o último local do qual devemos privar crianças", disse Melissa Palmieri à CNN
Apesar do avanço da vacinação infantil contra a Covid-19, pelo menos 10 capitais e o Distrito Federal não atingiram 40% do público-alvo com uma dose dos imunizantes disponíveis, uma preocupação que esbarra no cenário de volta às aulas neste início de semestre.
Para além do apelo aos governos para a aceleração da campanha, no entanto, a pediatra Melissa Palmieri afirmou à CNN nesta sexta-feira (4) que, mesmo neste cenário, o fechamento de escolas não deve ser considerado para proteger as crianças da Covid-19.
“A escola é um contexto além. Temos um pais com deficiências econômicas e sociais, que dependem da escola para estarem longe de violência, desnutrição. A escola hoje é o ultimo local que devemos privar as crianças”, disse Palmieri.
Para a pediatra, que atua como diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) em São Paulo, as “escolas estão preparadas para evitar e mitigar surtos” neste momento da pandemia.
Para além da vacinação de diretores e professores, também há a implementação de medidas para evitar aglomerações no momento dos intervalor e outras prevenções não-farmacológicas, como o uso de máscaras e higienização dos locais, declarou.
No cenário geral da pandemia, a pediatra afirma que é importante que pais não menosprezem a vacinação em decorrência de escolher qual imunizante quer aplicar, por exemplo.
A função primordial é evitar casos graves e possíveis complicações futuras causadas pela Covid-19 — ainda desconhecidas, apontou a médica. “O que os pais têm que entender é que está indo ofertar para o filho vacinas sérias, aprovadas”, disse Melissa Palmieri.
“A Covid longa pode acometer crianças e a vacinação tem se mostrado preventiva contra dor de cabeça ou alteração [futura] no sono da criança”, exemplificou. “Há o risco da Covid longa e nós temos a prevenção por vacina”, disse.
“Com uma variante como a Ômicron, é essencial que os governos façam ações de que essas doses cheguem o quanto antes e, assim que chegarem, que sejam feitas estratégias para que tenhamos o mais rapidamente das crianças protegidas, imunizadas”, afirmou.