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    Nina Silva: Criptoativo que simboliza período escravocrata é um grande retrocesso

    Especialista CNN em tecnologia, empreendedorismo e diversidade explica todos os pontos envolvendo polêmica venda de NFTs racistas

    Murillo Ferrarida CNN , Em São Paulo

    Nesta sexta-feira (4), a Especialista CNN Nina Silva explicou todos os pontos envolvendo uma polêmica recente no mundo virtual depois que uma empresa colocou à venda NFTs (token não fungíveis, na sigla em ingês) com fotos de pessoas negras caracterizadas como escravas.

    O caso foi registrado no marketplace Open Sea, uma das maiores plataformas de NFT do mundo, que no fim de janeiro aceitou uma coleção chamada Meta Slaves (Meta Escravos, em tradução livre) composta apenas por fotos de negros.

    “Apesar da justificativa na descrição de que ‘todo são escravos de alguma coisa’, o Meta Slave colocou à venda apenas fotos com pessoas negras e a polêmica nas redes também atingiu a plataforma, que permitiu que a venda destes artigos racistas acontecessem”, disse Silva.

    “Em tempos sombrios, em que grupos neonazistas, fascistas e várias outras correntes de ódio são propagadas e se organizam tanto no virtual quanto na vida real, ter esse tipo de comercialização de um criptoativo que simbolize novamente o período escravocrata é um grande retrocesso”, apontou a Especialista CNN.

    Silva afirmou que o caso pode ser considerado um crime contra os direitos humanos perante a comunidade negra, que até hoje sofre “genocídio diário e as mazelas do racismo estrutural – projeto este legitimado pela escravização e mercantilização de povos africanos”.

    Outro problema citado por ela em relação aos NFTs é a ausência de qualquer topo de regulamentação em relação à venda desses tokens digitais – que, por sua unicidade, podem se caracterizar como obra de coleção, provocando escassez digital.

    “A Open Sea, que já foi envolvida em outros escândalos tem como saber quem são as pessoas e a empresa por trás deste projeto Meta Slave, um projeto de ódio, uma vez que a plataforma é um marketplace que oferta NFTs com termos de uso e de serviço para os clientes”, disse Silva.

    Após repercussão, os itens da coleção Meta Slave foram tirados do ar com uma mensagem de violação dos termos de serviço da plataforma.

    “Este ano deve aumentar o número de projetos de leis no mundo inteiro que tentam regulamentar os registros no blockchain – e ainda assim vamos ouvir falar de muita especulação e de muitos casos sem uma resolução prévia.”

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