Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Eleições 2022

    Boris Casoy: Crise de Bolsonaro com STF é dano eleitoral para reeleição

    No quadro Liberdade de Opinião desta quinta-feira (3), Boris Casoy discute as tensões entre o presidente e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    No quadro Liberdade de Opinião desta quinta-feira (3), o jornalista Boris Casoy falou sobre a manifestação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da Polícia Federal que aponta crime no vazamento de dados sigilosos no inquérito que apura ataques hackers ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    A delegada Denisse Ribeiro Dias manteve a conclusão de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Filipe Barros (PSL-PR) tiveram atuação “direta, voluntária e consciente” na prática do crime. No relatório, a delegada também afirmou que a ausência de Bolsonaro no depoimento na sede da PF na sexta-feira (28) não trouxe prejuízos ao esclarecimento dos fatos. À CNN, Barros disse que o inquérito não era sigiloso. Moraes deu 15 dias para a PGR se manifestar tanto sobre o inquérito quanto sobre a ausência do presidente.

    Para tratar do tema, segundo Boris Casoy, é necessário levar em consideração o fato de estarmos em ano eleitoral. O jornalista disse que, nesta situação, o assunto não é escrito “com as mãos e nem com o auxílio do cérebro”, mas sim “ligado ao fígado”, dificultando o esclarecimento de casos criminais.

    “O presidente não pode ser indiciado enquanto estiver na presidência da República. Por isso, esse caso tem, no aspecto jurídico, uma dimensão menor. Mas isso precisa ser resolvido. O presidente vai ter que depor.”

    De acordo com o comentarista, Bolsonaro sente-se perseguido por Alexandre de Moraes e Denisse Dias, considerados “inimigos figadais” do atual chefe do Executivo. “Consequência disso são danos para a candidatura à reeleição do presidente Bolsonaro. Se você transitar pelos corredores da política brasileira, vai notar que começa um ruído dizendo o seguinte: o presidente Bolsonaro está contribuindo para aumentar a sua rejeição.”

    “De repente, percebendo as dificuldades para a sua reeleição – e eu estou transmitindo o que tenho ouvido – ele pode desistir da sua candidatura. É o que circula”, concluiu.

    Casoy, porém, destaca que não está claro se uma eventual desistência é um desejo ou uma possibilidade real para Bolsonaro, que poderia dar lugar para que alguém da chamada “terceira via” possa concorrer contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “No frigir dos ovos, é mais um dano eleitoral e que tem, além de tudo, a imensa colaboração do próprio presidente Bolsonaro.”

    Reabertura do ano legislativo

    Com a volta das atividades do Legislativo na quarta-feira (2), os chefes dos três Poderes discursaram no Congresso. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) destacou que o ano será especialmente árduo no ponto de vista político por conta das eleições, e pediu que os perdedores saibam respeitar o resultado das urnas.

    Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) defendeu que interesses políticos sejam deixados para outubro e se trabalhe com mais afinco para aprovar medidas necessárias para o país.

    O ministro Luiz Fux, presidente do STF, declarou que o Poder Judiciário se reinventou para continuar garantindo acesso à justiça e assegurando direitos fundamentais da população afetada pela pandemia.

    Já o presidente Jair Bolsonaro agradeceu à base aliada por aprovar projetos, disse que jamais anulará a reforma trabalhista e defendeu que não se regule a mídia.

    Federação entre PSDB e MDB

    Os presidentes do PSDB e do MDB confirmaram a abertura de conversas para a criação de uma federação entre as legendas. Pelo Twitter, o tucano Bruno Araújo disse que irá se dedicar a ouvir internamente o conjunto das lideranças e chamou a eventual parceria de “poderosa força política entre partidos que tem relevante história na vida pública do país”.

    O emedebista Baleia Rossi destacou que precisa ouvir as bancadas e diretórios estaduais, já que, no seu partido, “todas as decisões precisam ser tomadas de forma amplamente democrática”.

    As duas siglas possuem pré-candidatos à presidência: o governador de São Paulo, João Doria, pelo PSDB, e a senadora Simone Tebet pelo MDB. As conversas iniciais ainda não abordaram qual deles abriria mão da corrida eleitoral.

    Aumento da Selic

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nova alta de 1,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, que passa de 9,25% ao ano para 10,75%.

    Essa foi a primeira reunião de 2022 do comitê e o oitavo aumento consecutivo do índice, que passou o período entre agosto de 2020 e março de 2021 no menor patamar histórico.

    Com a alta, a Selic volta a ultrapassar dois dígitos pela primeira vez desde maio de 2017, na tentativa de trazer a inflação para dentro das metas de 2022 e 2023.

    O Liberdade de Opinião teve a participação de Boris Casoy e Fernando Molica. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

    As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.

    Tópicos