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    “Foi grande surpresa; ele foi 1ª autoridade a receber família”, diz viúva de Marielle sobre delegado preso

    Rivaldo Barbosa teria dado apoio à família e dito que resolver caso era "questão de honra"

    João Nakamurada CNN* São Paulo

    A viúva de Marielle Franco, a vereadora e arquiteta Monica Benício (Psol-RJ), afirmou que a prisão do delegado Rivaldo Ribeiro, ex-chefe da polícia civil do RJ, foi vista com surpresa. Rivaldo teria sido a primeira autoridade a receber e acolher a família.

    “Hoje, saber que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu dizendo que ‘esse caso seria uma prioridade’ tem envolvimento nesse mando, é pra nós entender que a polícia civil não foi só negligente, que não foi só por uma falha que chegamos a seis anos de dor”, disse a vereadora ao chegar à sede da PF na Zona Portuária do Rio.

    Monica Benício afirma que o envolvimento de Rivaldo revela que a instituição foi “conivente em todo esse tempo de não elucidação do caso”.

    “Em seis anos a gente sempre falou que infelizmente foi um caso muito bem executado, mas também compreendia que chegar a seis anos faltou vontade política para que esse caso fosse elucidado”, concluiu a viúva de Marielle.

    Mais cedo neste domingo (24), a mãe de Marielle Franco, Marinete da Silva, se declarou “surpresa e triste” sobre o envolvimento do delegado que havia recebido a família e que teria dito “que era questão de honra solucionar o caso”.

    Fontes da Secretaria de Segurança Pública informaram à CNN que Barbosa pode ter encoberto os mandantes do crime, o que dificultou a conclusão do caso até hoje.

    Monica Benício disse que este era um passo importante para a democracia e para o país, mas que ainda não era o fim do caso.

    “É sem dúvida nenhuma o início de uma nova luta porque a gente quer que todos sejam responsabilizados e que a gente possa ter justiça por Marielle e Anderson”, disse a vereadora na sede da PF.

    “Essas prisões não seriam o fim desse caso, porque a gente quer que não só os mandantes sejam identificados, mas todas as pessoas que tiveram algum tipo de envolvimento sejam responsabilizadas ao redor da lei pelo que fizeram.”

    A vereadora afirma que ainda falta esclarecimento sobre a motivação, que só ficará clara uma vez que tiver acesso a todos os documentos e inquéritos.

    *Sob supervisão de Ligia Tuon; com informações de Rodrigo Monteiro, da CNN Brasil