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    Ibovespa fecha em queda de 0,18%, após nova Selic; dólar encerra em alta, a R$ 5,30

    Moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,41%, enquanto o principal índice da bolsa terminou aos 111.695,94 pontos

    Do CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa fechou com recuo nesta quinta-feira (3) de 0,18%, aos 111.695,94 pontos, resistindo parcialmente à liquidação das ações de tecnologia e ao consequente tombo das bolsas norte-americanas causado por projeções abaixo do esperado divulgadas pela Meta, dona do Facebook.

    O mercado também digeria a indicação do Banco Central de que desacelerará o ritmo de seu ciclo de aperto monetário.

    Já o dólar fechou em alta de 0,41% frente ao real, nesta quinta-feira (3), cotado a R$ 5,297, com investidores tomando como argumento o cenário externo mais arisco para recomprar a moeda norte-americana após a cotação tocar mínimas em mais de quatro meses.

    A moeda norte-americana fechou o pregão de ontem em alta de 0,05%, cotado a R$ 5,275, após quatro quedas consecutivas. Já o Ibovespa caiu 1,18%, aos 111.894,36 pontos.

    No início da noite de quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou a oitava alta seguida para a taxa Selic, que subiu 1,5 ponto percentual, como esperava o mercado, para 10,75% a.a.. Essa foi a primeira vez que a taxa básica da economia voltou aos dois dígitos após quase cinco anos.

    No comunicado, os integrantes do comitê sinalizaram que o movimento de alta deve continuar, mas com uma desaceleração no ritmo, citando a continuidade dos riscos fiscais como ameaça à ancoragem das expectativas de inflação.

    O movimento tende a favorecer o real, tornando os títulos do Tesouro mais atrativos, mas é negativo para as ações, já que também torna a renda fixa mais atrativa que a variável. Por outro lado, a perspectiva de que a Selic terminará 2022 a um nível menor que o previsto após o comunicado do Copom pode reduzir esse fluxo.

    Brasil

    Na cena local, o aumento do risco fiscal segue no radar dos investidores. Um projeto de lei sobre os impostos sobre combustíveis, chamada de PEC dos Combustíveis, elevou os temores de um descontrole fiscal.

    Um analista de mercado define que a percepção é que o governo está partindo para o tudo ou nada, e deve caminhar para medidas mais populistas para elevar sua popularidade até as eleições.

    Segundo projeção da equipe de análise da XP, a PEC pode diminuir a arrecadação entre R$ 70 bilhões e R$ 100 bilhões. Entretanto, o governo já discute incluir apenas o diesel no texto, sem a gasolina.

    Se de fato a isenção se restringir ao diesel, a perda de arrecadação deve cair de R$ 70 bilhões para R$ 20 bilhões. A avaliação de analistas é que o mercado pode reagir bem com um subsídio mais modesto – mas não descartam a pressão por mais isenções.

    Commodities

    Os investidores estrangeiros têm realizado um processo de migração para áreas ligadas a commodities e para os mercados emergentes, o que favorece o Brasil e o real, já que a bolsa brasileira possui uma grande quantidade de empresas ligadas ao setor.

    Expectativas de mais medidas pró-crescimento na China, enquanto pressões econômicas baixistas persistem, estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, disseram analistas, o que leva a altas nos preços.

    No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado. Além disso, as tensões na Ucrânia afetam os preços.

    O movimento também está ligado à perspectiva de que o Fed elevará a taxa de juros no país na reunião de março, com os investidores migrando das ações do país para mercados e ativos vistos como mais resilientes e baratos.

    Qualquer alta de juros no país, porém, pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americana ainda mais atrativos para os investidores.

    Sobe e desce da B3:

    Veja os principais destaques desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Ultrapar (UGPA3) +3,20%;
    • Americanas (AMER3) +2,53%;
    • Tim (TIMS3) +2,28%;
    • Copel (CPLE6) +2,25%;
    • Yduqs (YDUQS) +2,18%

    Maiores baixas

    • Marfrig (MRFG3) -7,40%;
    • Locaweb (LWSA3) -7,20%;
    • Banco Inter (BIDI11) -6,89%;
    • Cielo (CIEL3) -6,01%;
    • Embraer (EMBR3) -4,35%

    *Com informações da Reuters

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